O Reino Unido registou 26.688 novas infeções de covid-19 nas últimas 24 horas, mais 25% do que na véspera, e 191 mortes, anunciou hoje o Ministério da Saúde britânico.
Na terça-feira tinham sido registadas 241 mortes, o valor diário mais alto desde 05 de junho, e 21.331 novos casos.
Nos últimos sete dias morreram no Reino Unido 1.003 pessoas vítimas de covid-19, um aumento de 57% relativamente aos sete dias anteriores, e estão hospitalizados cerca de 6.500 pessoas, das quais 629 com auxílio respiratório de ventilador.
O total acumulado desde o início da pandemia covid-19 no Reino Unido é agora de 789.229 casos de infeção confirmados e de 44.158 óbitos registados num período de 28 dias após as vítimas terem recebido um teste positivo.
O governo britânico anunciou hoje que a região de South Yorkshire, no norte de Inglaterra, vai passar para nível máximo de restrições a partir de sábado, juntamente com a área metropolitana de Manchester.
Tal como nas regiões de Liverpool e de Lancashire, onde já estão em vigor, agregados familiares diferentes deixam de poder socializar em espaços fechados, ‘pubs' e bares são obrigados a fechar, a não ser que sirvam refeições, e os residentes são aconselhados a não viajar para fora das áreas afetada pelas restrições.
Outras atividades, como ginásios, casas de apostas, casinos ou parques infantis fechados, podem também ser encerrados.
A partir do fim de semana, 7,3 milhões de pessoas, ou 13% da população da Inglaterra, vão estar sob estas regras, todas no norte de Inglaterra.
Em South Yorkshire, as novas restrições vão aplicar-se a cidades como Barnsley, Doncaster, Rotherham, Sheffield, onde as taxas de infeção variam entre os 285 casos e 402 casos por 100 mil habitantes.
"Todos nós reconhecemos a gravidade da situação e optámos pelo caminho responsável para garantir que salvamos vidas e meios de subsistência”, disse o Presidente da Câmara Municipal de Sheffield, Dan Jarvis, que reivindicou um pacote de 41 milhões de libras (45 milhões de euros).
Na Grande Manchester, a segunda maior zona urbana no Reino Unido, onde as taxas de infecção rondam os 430 casos por 100 mil habitantes e o número de pacientes hospitalizados com covid-19 está próximo do valor de abril, as principais cidades afetadas são Bolton, Manchester, Oldham, Rochdale, Salford, Stockport ou Wigan.
Neste último caso, as restrições foram impostas pelo governo apesar da resistência de autarcas locais liderados pelo presidente da Câmara Municipal, Andy Burnham, que exigia no mínimo um apoio adicional de 65 milhões de libras (72 milhões de euros) para ajudar trabalhadores e empresas.
"As pessoas aqui na Grande Manchester vivem sob restrições há três meses e estas têm causado muitos problemas às pessoas. Eles estão com dificuldades. As empresas estão à beira da falência. Aceitar quaisquer outras restrições nestas circunstâncias aumentariam certamente os níveis de pobreza, de falta de alojamento e de miséria na região da cidade”, denunciou o trabalhista na terça-feira.
O governo do primeiro-ministro Boris Johnson continua a resistir a decretar um curto confinamento em todo o país para conter a disseminação do novo coronavírus, optando por uma estratégia de restrições a aplicar localmente numa escala de três níveis de risco, médio, alto ou muito alto.
Em toda a Inglaterra, são proibidos ajuntamentos com mais de seis pessoas e bares e restaurantes têm de fechar às 22:00 horas, mas 28 milhões de pessoas, ou cerca de metade da população, incluindo Londres, vivem agora sob restrições mais apertadas por estarem no segundo ou terceiro nível de risco.
Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte têm autonomia sobre a matéria da saúde e estabelecem as suas próprias medidas.