A Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) queixou-se hoje de «tratamento desigual» por parte do organismo que tutela a modalidade a nível mundial, na sequência do cancelamento dos jogos particulares com Ilhas Fiji e Brasil, devido à pandemia de covid-19.
Portugal tinha encontros marcados em Limoges (França), com Fiji (06 de novembro), e, em Lisboa, com o Brasil (21 e 28 de novembro), mas a FPR foi hoje informada pela World Rugby (WR) da impossibilidade da sua realização, apesar de outras partidas da janela de jogos internacionais de novembro continuarem agendadas.
Em declarações à Lusa, o presidente da FPR adiantou que já expressou à WR a sua "preocupação" por verificar que os adversários diretos de Portugal nas competições oficiais de seleções "têm e continuarão a ter competição internacional" agendada, ao contrário dos ‘lobos’, sublinhando aos responsáveis do organismo que esse é um “tratamento desigual”, que "prejudica as legítimas aspirações portuguesas de qualificação" para o Mundial de 2023.
A seleção de Espanha, por exemplo, encontra-se no Uruguai, onde vai disputar dois particulares com os ‘teros’, em 01 e 06 de novembro, enquanto a Geórgia vai disputar a Taça de Outono das Nações, na qual defrontará Inglaterra, País de Gales e Irlanda.
Amado da Silva explicou que, ao ser hoje confrontado com informações de autoridades locais francesas sobre o cancelamento do encontro com as Ilhas Fiji, procurou obter esclarecimentos junto da WR, que ‘aproveitou’ a resposta para informar também que os jogos previstos com o Brasil “não são de todo possíveis”, devido às “atuais circunstâncias do coronavírus na Europa”.
Desta forma, e depois de a Rugby Europe ter suspendido na semana passada o encontro em Madrid, a contar para o ‘Championship’, Portugal ficou sem qualquer encontro internacional agendado no seu calendário, o que poderá ter implicações nos trabalhos da seleção.
“Acabámos de ser confrontados com os cancelamentos, teremos agora de reunir com a equipa técnica para definir alternativas e soluções”, concluiu Amado da Silva.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 43,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.