O Consulado-geral das Filipinas em Macau disse hoje à Lusa que quase 200 filipinos vão ser repatriados daquela região administrativa especial chinesa num voo agendado para esta quinta-feira.
A cônsul-geral, Lilybeth Deapera, explicou que o voo foi organizado para responder aos apelos dos filipinos, num momento em que a pandemia de covid-19 afetou a economia de Macau e levou ao despedimento ou à não renovação de contratos, em especial de trabalhadores não residentes (TNR).
Os filipinos são a segunda nacionalidade em Macau entre os TNR (mais de 31 mil), cuja permanência no território está dependente de um contrato de trabalho válido.
“São 197 os passageiros que vão estar a bordo neste avião, incluindo duas crianças”, indicou Lilybeth Deapera.
“O voo foi organizado em resposta aos apelos de membros da comunidade filipina” e “a prioridade foi dada a mulheres grávidas, menores, idosos, pessoas com condições médicas e aqueles com problemas ligados à imigração”, acrescentou.
Macau perdeu 11.773 trabalhadores não residentes em setembro de 2020, comparativamente a igual mês do ano passado.
O impacto da pandemia na economia do território junto sobretudo dos TNR levou a Cáritas Macau a distribuir comida e cheques pelos trabalhadores migrantes.
Uma ajuda extraordinária justificada pelo responsável da instituição, Paul Pun, com a vulnerabilidade económica sentida por milhares de trabalhadores migrantes em Macau, especialmente afetados pela pandemia da covid-19.
Macau registou desde o início da pandemia 46 casos. Atualmente não tem qualquer caso ativo e nunca identificou um surto local.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.