O coordenador-geral da prospecção do Benfica considerou hoje que há ainda muito a fazer ao nível da formação do futebol em Portugal, nomeadamente junto dos treinadores e pais dos atletas.
''Costuma dizer-se que a formação em Portugal é boa, mas acho que nem sempre as coisas se fazem como deveriam'', afirmou Rui Águas à agência Lusa.
Para o responsável ''encarnado'', fruto da importância que o fenómeno futebolístico assume em Portugal, ''há muita pressão, quer dos pais, quer dos treinadores, e faz falta, precisamente, investir na formação de uns e outros''.
Segundo o antigo jogador do Benfica e do FC Porto, ''o Benfica está a procurar ter esse cuidado, nos treinadores fá-lo, mas com os pais é mais difícil''.
Rui Águas falava no decorrer do 4º Torneio de Escolinhas das Aves que juntou cerca de 600 crianças de mais de 30 clubes, entre eles Benfica, FC Porto, Sporting de Braga, Vitória de Guimarães, Leixões, Boavista, Desportivo das Aves, Celta de Vigo.
O Benfica esteve em particular destaque ao marcar presença nas três finais e ao vencer duas delas: no escalão ''minis'' bateu o FC Porto e nas ''pré-escolas'' o Ribeirão, enquanto nas ''escolas'' perdeu para o Vitória de Guimarães.
''O Benfica tem procurado melhorar alguns aspectos da sua formação e os resultados têm comprovado isso de uma maneira geral'', afirmou Rui Águas.
O antigo internacional português admitiu que o clube da Luz esteve atento aos talentos que evoluíram no relvado do Estádio do Desportivo das Aves, cujas bancadas apresentaram uma moldura humana superior a muitos jogos da equipa na Liga de Honra.
''A detecção de talentos faz-se cada vez mais cedo. Os outros clubes fazem-na e nós também. Vi aqui alguns miúdos com interesse'', confessou.
Rui Águas esteve pela primeira no certame de Vila das Aves e elogiou-o: ''Estou agradado com a organização, com o nível qualitativo apreciável das equipas e pelo acompanhamento de qualidade que é feito''.
Esta é uma organização da Associação de Moradores do Complexo Habitacional de Ringe, Vila das Aves, que também participa no torneio com a sua equipa: os Pinheirinhos de Ringe.
Mais do que a competição, os organizadores do evento querem promover sobretudo o ''convívio e festa do futebol'', explicou Joaquim Faria, presidente da associação.
A competição tem três níveis etários, os ''minis'', dos cinco aos sete anos (futebol de cinco); as pré-escolas, dos sete aos nove, e as escolas, dos nove aos 11 anos de idade (nestes dois escalões jogam sete para cada lado).
Em apenas um dia, das 09:00 às 18:00, realizaram-se cerca de 120 jogos, serviram-se 2400 refeições (lanches de manhã e à tarde e almoços), marcaram presença 120 voluntários, números que atestam a dimensão do torneio.