Os antigos presidentes da FIFA e da UEFA, respetivamente Joseph Blatter e Michel Platini, podem ver os seus problemas com a justiça suíça agravados, agora por suspeita de fraude.
“[Este mês] O Ministério Público Federal informou as partes que, com base na investigação atual, está a reavaliar parte do processo. (...) Desde então, Joseph Blatter e Michel Platini estão a ser investigados por suspeita de fraude”, revelou hoje o procurador-geral da Suíça, citando o caso do pagamento a Platini.
Uma investigação mais profunda quanto às negociações de ambos nos seus últimos cinco anos na FIFA pode alargar os seus crimes à prática de fraude, depois das acusações de gestão danosa e peculato, além de um facto de falsificação de Platini.
O antigo capitão e selecionador da seleção francesa, de 65 anos, é acusado de cumplicidade em gestão danosa, peculato e falsificação de documentos, juntamente com outros antigos executivos da FIFA: o francês Jérôme Valcke, antigo secretário geral, e o alemão Marcus Kattner, antigo diretor financeiro.
Em 2011, com a aprovação de Blatter, a FIFA pagou 1,8 de euros a Platini que apresentou faturas de salários adicionais, não contratados, enquanto conselheiro presidencial no primeiro mandato de Blatter, entre 1998 e 2002.
No código penal suíço, a fraude em busca de ganho pessoal pode resultar numa “pena de prisão não superior a cinco anos ou em multa monetária”.
O caso foi aberto em 2015 contra Blatter, agora com 84 anos, entretanto foi prorrogado há seis meses para poder incluir Platini.
Platini era presidente da UEFA e vice-presidente da FIFA em janeiro de 2011, quando pediu para ser pago pelo órgão mundial do futebol por suposto trabalho realizado alegadamente uma década antes.
Ambos os acusados negam irregularidades, justificando o pagamento, cujos detalhes foram tornados públicos em 2015, com um acordo verbal.
Os dois foram suspensos provisoriamente do futebol e, em seguida, banidos por oito anos pelo comité de ética da FIFA, tendo o Tribunal Arbitral do Desporto reduzido os seus castigos.
A suspensão de seis anos de Blatter, suspeito em outras investigações criminais, no futebol vai até outubro do próximo ano, enquanto Platini, igualmente suspeito de corrupção na atribuição do Mundial2022 ao Qatar, cumpriu quatro anos.
O caso acabou com a campanha de Platini para suceder a Blatter como presidente da FIFA na eleição realizada em fevereiro de 2016.
Com o gaulês suspenso, a UEFA apresentou o seu secretário-geral, Gianni Infantino, que venceu a votação e preside atualmente à FIFA.