O Ah-Ahly somou hoje o nono título de campeão africano de futebol, reforçando a liderança do ‘ranking’, ao bater os rivais do Zamalek, orientados por Jaime Pacheco, por 2-1, numa final 100% egípcia de grande qualidade, no Cairo.
Num embate aberto e bem jogado que podia ter ‘caído’ para qualquer dos lados, impôs-se a ex-equipa de Manuel José, responsável por quatro dos nove cetros, graças a um ‘golaço’ sobre o final, aos 86 minutos, de Mohamed Magdi Kafsha, que já havia assistido Amr Al Sulaya para o tento inaugural, logo aos cinco.
Pelo Zamalek, marcou o ex-jogador do Sporting Mahmoud Fadlallah, mais conhecido por Shikabala, num verdadeiro tento ‘maradoniano’, aos 31 minutos, no que foi o grande momento da 56.ª final da Liga dos Campeões africanos.
Os comandados de Jaime Pacheco tiveram outras grandes oportunidades, mas o Ah-Ahly acabou por ser mais feliz, mantendo a invencibilidade face ao rival na prova (seis vitórias e três empates), numa final inédita à qual só faltou o público.
Depois de um minuto de silêncio em memória do ‘maior’, vulgo Diego Armando Maradona, que morreu na quarta-feira, o Al-Ahly começou mais forte, mais determinado, e criou perigo logo aos cinco minutos, com El Shahat a isolar-se e Abougabal a defender.
A jogada redundou num canto e os ‘vermelhos’ conseguiram mesmo adiantar-se no marcador, num cabeceamento ao primeiro poste de Amr Al Sulaya, em antecipação à defesa contrária, depois de um centro tenso da direita de Mohamed Magdi Kafsha.
Muito cedo em vantagem, o Al-Ahly ficou ainda mais por cima e, aos 12 minutos, poderia ter aumentado a vantagem, só que o nigeriano Ajayi perdeu o tempo de remate.
A partir dos 15 minutos, o conjunto comandado por Jaime Pacheco começou a reagir e efetuou três remates quase consecutivos, com algum perigo, o primeiro por Shikabala, aos 15, e os outros dois, aos 16 e 17, por Bencharki, que voltou a tentar aos 30.
Aos 31 minutos, entrou em ação Maradona. Não foi, mas pareceu, na classe do ex-leão Shikabala, que recebeu a bola junto à linha, na direita, passou entre dois defesas, entrou na área, fintou um terceiro e, com um remate espetacular, já alguns centímetros fora da área, colocou a bola no ângulo superior direito. Jogo empatado.
Na parte final da primeira parte, o Zamalek continuou a ter mais tempo a bola e a jogar mais no meio-campo contrário, mas sem criar perigo, tal como o Al-Ahly, em ataques mais raros.
A segunda parte arrancou com a equipa de Jaime Pacheco mais perigosa, com boas jogadas de Bencharki e Zizo, mas, em contra-ataque, foi o Al-Ahly que quase marcou, aos 54 minutos: isolado por Maâloul, El Shahat atirou ‘escandalosamente’ ao poste esquerdo, com Alaa a desviar, depois, para canto.
Pouco depois, o Zamalek perdeu Shikabala, que saiu aparentando problemas físicos, mas não demorou a responder, num grande ‘tiro’ de fora da área de Zizo, o ex-Nacional e Moreirense, que fez a bola embater com estrondo no poste direito. Era indefensável.
O jogo, depois, acalmou e parecia destinado a seguir para prolongamento, só que, aos 86 minutos, Mohamed Magdi Kafsha ganhou um ressalto à entrada da área e, sem deixar cair a bola, efetuou grande remate de pé direito que Abougabal não pôde deter.
Na parte final, com o Al-Ahly a usar todos os meios para que ‘não se jogasse’, o Zamalek ainda tentou, em desespero, marcar o golo que lhe desse 30 minutos extra, mas os ‘vermelhos’ seguraram o precioso 2-1 e são pela nona vez campeões africanos, como em 1982, 1987, 2001, 2005, 2006, 2008, 2012 e 2013.