A associação das Ligas Europeias de Futebol vai propor à UEFA o congelamento das verbas pagas aos clubes pelos direitos televisivos da Liga dos Campeões no ciclo 2021-2024, distribuindo o valor suplementar previsto por clubes de países não participantes.
“A nossa proposta é que os clubes da Liga dos Campeões recebam, mais ou menos, o mesmo valor que recebem no ciclo atual. Consideramos que é preciso reparar o que se fez menos bem nos ciclos 2015-2018 e 2018-2021”, afirmou o presidente das Ligas Europeias, Lars-Christer Olssson, em conferência de imprensa.
A proposta, aprovada hoje em assembleia geral, prevê que os clubes que participem na Liga dos Campeões continuem a receber 1,904 mil milhões de euros (ME) por época, no ciclo de 2021-2024, em vez de 2,044 mil ME previstos, devendo a verba suplementar ser distribuída através de um “fundo de solidariedade”.
A associação considera que nos últimos anos a distribuição das verbas geradas pelos direitos televisivos, que têm vindo a aumentar, apenas privilegia as equipas que disputam a Liga dos Campeões.
Na temporada 2018/19, a primeira do atual ciclo, os clubes que disputaram a ‘Champions’ receberam 1,962 mil ME, valor superior em 40% ao distribuído três épocas antes, enquanto os da Liga Europa tiveram direito a uma verba de 559,2 ME, mais 30% do que conseguido na temporada 2015/16.
A associação da Ligas Europeias entende que a preponderância da Liga dos Campeões gera desequilíbrios entre os países, mas também dentro das ligas nacionais, uma vez que, nos últimos três anos, 85% dos valores recebidos beneficiaram apenas os três clubes mais importantes de cada país.
Esta situação é menos evidente nas cinco principais ligas da Europa (Inglaterra, Espanha, França, Alemanha e França), que têm vários clubes nas competições continentais, mas tem bastante impacto em ligas como a portuguesa, que concentra 88% do valor em apenas três clubes.
“Sabemos o que pensam os grandes clubes, querem o dinheiro para eles. Por isso, o papel da UEFA na distribuição é tão importante. Nas cinco principais ligas, com uma boa distribuição, era possível melhorar o nível competitivo e vários clubes podiam ganhar mais a cada ano”, afirmou Olsson.