O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em Cabo Verde recuperou no terceiro trimestre, mas desde o início do ano já caiu 31%, face a 2019, para 48,2 milhões de euros, segundo dados do banco central.
De acordo com dados do último boletim estatístico do Banco de Cabo Verde, com dados até setembro, consultado hoje pela Lusa, o IDE cresceu 95%, de 1.114,5 milhões de escudos (10 milhões de euros) no segundo trimestre para 2.177,7 milhões de escudos (19,6 milhões de euros) no terceiro trimestre.
Contudo, no acumulado de nove meses do ano, o IDE total em Cabo Verde foi de quase 5.351 milhões de escudos (48,2 milhões de euros), 31% abaixo dos 7.760 milhões de escudos (70 milhões de euros) arrecadados no mesmo período de 2019.
No terceiro trimestre, o IDE de Portugal em Cabo Verde liderou, com 1.036,3 milhões de escudos (9,3 milhões de euros), seguido por Espanha, com 192,6 milhões de escudos (1,7 milhão de euros) investidos no arquipélago.
Nos nove meses contabilizados no relatório do banco central, o IDE de Portugal ascende a 815,6 milhões de escudos (7,3 milhões de euros), influenciado pelo desinvestimento no primeiro trimestre, enquanto que o IDE espanhol totaliza 651,3 milhões de escudos (5,9 milhões de euros).
O Investimento Direto Estrangeiro em Cabo Verde aumentou 3,2% em 2019, face ao ano anterior, para mais de 10.375 milhões de escudos (94 milhões de euros), liderado por Espanha e registando já então uma forte retração de Portugal.
De acordo com dados compilados anteriormente pela Lusa com base nas estatísticas do banco central, apesar desta subida, globalmente, o IDE ainda não recuperou os níveis de 2017, quando ultrapassou os 10.867 milhões de escudos (98,4 milhões de euros).
Portugal registou um IDE em Cabo Verde no ano de 2018 de 1.032 milhões de escudos (9,3 milhões de euros), que desceu 278%, para um saldo negativo de 1.846 milhões de escudos (-16,7 milhões de euros) em 2019.
De acordo com dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, a comunidade portuguesa em Cabo Verde desenvolve atividades nas áreas do comércio, incluindo a distribuição alimentar e de bebidas, na hotelaria e restauração, na construção civil e metálica, entre outros.
O IDE em Cabo Verde foi liderado em 2019 por Espanha - sobretudo na área das pescas e indústria das conservas -, mas que também sofreu uma forte quebra em 2019, diminuindo 51,3% face a 2018, para pouco mais de 937 milhões de escudos (8,5 milhões de euros).