O presidente da Assembleia-Geral (AG) do Vitória de Guimarães, Pedro Xavier, não descarta a possibilidade de candidatar-se à liderança da Direcção do clube, revelou à margem da AG da madrugada de hoje.
Falando no final da tumultuosa assembleia, que terminou com muitos insultos, empurrões entre adeptos e tentativas de agressão à Direcção, e instado pela Agência Lusa a comentar o repto de um associado para que se candidate à presidência, Pedro Xavier disse: ''tudo tem o seu timing, estou inserido nestes órgãos sociais e o mandato acaba em Fevereiro do próximo ano''.
''Não faz sentido estar a antecipar situações, a campanha eleitoral irá ser marcada e na altura cada um fará e dirá o que quiser'', referiu o dirigente acrescentando, contudo, não descartar essa possibilidade: ''Tenho todo o direito a isso, todo o direito''.
Durante esta semana, Pedro Xavier criticou a demissão de Manuel Cajuda e lamentou não ter sido informado oficialmente dessa decisão.
''Fiquei magoado por ter sabido através da comunicação social e do próprio treinador demitido do que se passou. Merecia outro tratamento, ainda que a Direcção não fosse obrigada a informar-me'', disse.
O líder da mesa da AG admitiu a ''tristeza'' pelos acontecimentos que mancharam a reunião magna dos vitorianos.
''Nunca imaginei que pudesse chegar a presidir a uma AG em que os sócios acabassem por tomar atitudes destas, de revolta, que independentemente da razão que lhes possa assistir, não dignifica o nosso clube'', observou.
Pedro Xavier frisou que o respeito e o civismo dão grandeza ao clube e o contrário não: ''Peço aos sócios que isto não se volte a passar, que seja um episódio que se elimine da nossa história'', desejou.
O também antigo chefe do departamento de futebol durante a presidência de Pimenta Machado disse ter compreendido ''a frustração dos associados por não terem tido as respostas do presidente'', mas que não pode ''obrigar ninguém a falar o que não quer''.
''O presidente teve essa postura, assumiu-a e, quer se goste ou não, temos de o respeitar'', acrescentou.
Pedro Xavier diz que ''há momentos para julgar o trabalho das direcções, que são as próximas eleições'' e esse é, no seu entender, ''o momento adequado para os sócios decidirem e não por acções de pressão e coacção''.
Sobre se a Direcção tem condições para continuar a liderar o clube, Xavier disse que os seus responsáveis saberão ''interpretar o sentimento dos sócios''.
O líder da AG considerou ainda que o antigo vice-presidente Manuel Almeida ''é um sócio que já deu o seu contributo ao Vitória por diversas vezes e que deve ser respeitado''.
Manuel Almeida, que saiu da Direcção em finais de Janeiro em rota de colisão com o presidente, Macedo da Silva, e com o director desportivo, Vasco Santos, ajudou a ''incendiar'' o ambiente da AG com várias acusações e insinuações dirigidas àqueles dois responsáveis.
''Concordando ou não com ele, e eu também já estive em desacordo algumas vezes, acho que não pode ser maltratado e a opinião dele não contar para nada'', disse.