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O Belenenses viu hoje confirmada a manutenção na Liga portuguesa de futebol na ''secretaria'', o que acontece pela segunda vez em quatro épocas, depois de o clube lisboeta ter sido despromovido pela via desportiva.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) rejeitou hoje a inscrição do Estrela da Amadora, convidando para ocupar o lugar dos ''tricolores'' o Belenenses, que no fim da época 2005/2006 já tinha sido salvo graças ao ''caso Mateus''.
A utilização irregular do avançado Mateus em quatro jogos, quando o internacional angolano estava impedido de competir por ter actuado com estatuto de amador na mesma época, ao serviço do Lixa, custou a permanência no primeiro escalão ao Gil Vicente.
Além de ter esgotado as instâncias da justiça desportiva, o clube de Barcelos recorreu para os tribunais civis, o que levou a Federação Internacional de Futebol (FIFA) a ameaçar com a exclusão a sua filiada portuguesa.
O Gil Vicente caiu na Liga de Honra, na qual ainda se mantém (terminou esta temporada no nono lugar), enquanto o Belenenses, por ter sido a equipa melhor classificada nas posições de despromoção, manteve-se no convívio dos ''grandes''.
Na época seguinte, o Belenenses, treinado por Jorge Jesus - novo treinador do Benfica - terminou mesmo no quinto lugar e qualificou-se para a Taça UEFA, na qual caiu na primeira eliminatória frente aos alemães do Bayern de Munique.
A equipa do Restelo voltou hoje a beneficiar de uma decisão extra-desportiva: a Liga de clubes rejeitou a inscrição do Estrela da Amadora, 11.º no campeonato passado, o que abriu a porta à permanência dos ''azuis'', que terminaram no 15.º e penúltimo posto.
Depois de na última época ter vivido em grandes dificuldades financeiras, não tendo mesmo pago um mês completo de salários, o Estrela da Amadora pretendeu inscrever uma SAD na Liga, mas o organismo considerou que a sociedade não existe, por não estar registada.
A inscrição de uma SAD visava contornar o facto de o clube não cumprir os pressupostos financeiros exigidos pela Liga, devido à não aprovação de um Plano Extrajudicial de Conciliação (PEC) que lhe permitisse regularizar, de forma faseada, as dívidas ao Fisco e Segurança Social.
Esta será também a segunda época consecutiva em que uma equipa se mantém na Liga principal, apesar de ter terminado nos lugares de despromoção: na temporada passada, o Paços de Ferreira beneficiou da pena aplicada ao Boavista, que foi relegado para a Liga de Honra no âmbito do processo Apito Final.
