Declarações de Rúben Amorim, treinador do Sporting, no final do encontro da 13.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que terminou com a vitória frente ao Nacional por 2-0, disputado no Estádio da Madeira, no Funchal.
"O que se passou hoje, tem vindo a acontecer em todos os jogos, que é a união entre os jogadores, o seu caráter e a sua atitude. Estamos cada vez melhor, no entendimento daquilo que o jogo está a pedir. Não tenho palavras para a atitude destes jogadores, para a forma como encaram os desafios e as dificuldades. Tenho um orgulho enorme em ser treinador deste grupo. Mas foram só três pontos e há que continuar a trabalhar.
A parte física está ligada à mental. Começa tudo na cabeça deles. Desde o início que os conheço e que sei como eles são. Fisicamente estiveram muito bem. São muito bem acompanhados. Tenho muita gente no Sporting que os ajuda nesse aspeto. Estavam preparados para um jogo difícil. Foi apenas um jogo. Daqui a dois dias temos outro jogo e aí é que temos de recuperar fisicamente, para um jogo decisivo, como é para a Taça de Portugal.
Em termos táticos preparamos este jogo, sabendo que não podíamos jogar da mesma maneira. Temos de jogar de formas diferentes, contra o vento e a favor do vento. Quando a bola está na zona defensiva onde é que se mete a bola para poder ir atrás dela. No ataque é melhor, no meu entender, bolas mais cruzadas para não ir sempre para o guarda-redes e depois é contar com a inteligência deles. São todos jogadores muito inteligentes e jogam num clube muito grande e têm muita qualidade. São um grupo muito unido e isso ajuda muito. Taticamente é perceber as condições do terreno e as características dos colegas e depois tentar ser mais forte fisicamente e mentalmente e ganhar todos os duelos.
Tínhamos de ganhar este jogo, como temos de ganhar todos os jogos. Este era o mais importante e quando algum jogador tiver de ficar de fora, como o Fedal vai ficar no próximo jogo, teremos outro jogador. Eles têm confiança uns nos outros e todos precisam de jogar. Todos têm de lutar por um lugar e estamos tranquilos, sabendo que há sempre alguém para substituir. É isso que faz crescer a equipa.
Estes jogadores sentem muito e clube e sabem o que passaram no início e como não querem passar pelo mesmo, querem sempre ganhar os jogos, para manter esta boa onda.
Passámos por uma fase muito estranha. Sabíamos que tínhamos aqui uma tempestade, com um alerta vermelho. Mesmo assim viemos. Tentámos aterrar no Funchal e não conseguimos, num momento difícil dentro do avião. Depois parámos em Porto Santo. Recebemos muitas chamadas da Dr. Helena da Liga que tínhamos de aterrar. Houve uma pressão enorme para haver jogo. Parecíamos que nós é que não queríamos aterrar, como se fossemos nós a pilotar o avião. Isso condicionou, mas nós somos os principais interessados em jogar, pois temos um calendário muito apertado. Ontem [quinta-feira] sentimos muita pressão para haver jogo. Estaríamos preparados para jogar em qualquer situação, como se provou hoje. Ontem, não estaria ninguém no estádio que dissesse que havia condições para jogar. Por mais que digam que futebol é de inverno. Ontem não havia condições e mesmo hoje as condições não eram as ideais. Mas como se viu, o Sporting teve muitos remates, criando muitas oportunidades. Fomos uma grande equipa e tudo acabou bem. Houve muita pressão para jogar, nós jogámos e o Sporting ganhou.
Sabemos que tudo muda muito rápido e numa semana tudo pode mudar. Vamos agora recuperar e arranjar campos em cima da hora, pois o Sporting vai ficar na Madeira. Mas não tenho de me preocupar, porque com esta estrutura aparece tudo feito".