Rui Rangel, um dos líderes do ''Movimento Benfica - Vencer, Vencer'', disse hoje à Agência Lusa saber que ''o Ministério Público (MP) vai agir para impedir que se cometa uma monstruosidade'' nas eleições de sexta-feira no clube.
''Tudo o que for feito, do ponto de vista jurídico, para impedir o acto eleitoral e assegurar o cumprimento das regras democráticas e legais, tem o nosso apoio'', disse o juiz Rui Rangel, a quem chegou ao conhecimento a existência de ''iniciativas junto do MP no sentido de impedir o desrespeito de um despacho de um tribunal''.
Para Rui Rangel, não é possível que ''os dirigentes do Benfica sejam tão autistas que não percebam a gravidade do acto que estão a cometer'', depois de violado de forma ''tão grosseira'' os estatutos do clube quando seria sua ''obrigação estatutária cumprir o mandato até ao fim''.
Em relação à intervenção hoje de Manuel Vilarinho, ao confirmar a realização das eleições, Rui Rangel referiu que o presidente da Assembleia Geral (AG) deveria ser ''a primeira pessoa a zelar pelo cumprimento dos estatutos e das decisões do tribunais''.
''Lamento que o não tenha feito e que coloque o prestígio e a credibilidade do Benfica em causa'', afirmou o juiz, lembrando que ''as pessoas passam e as instituições ficam''.
Para Rui Rangel não restam dúvidas de que a antecipação das eleições se enquadrou ''numa estratégia do presidente da direcção, sem qualquer fundamento, violando grosseiramente os estatutos'' e não permitindo ''o debate de ideias e um processo limpo e transparente''.
Neste contexto, Rui Rangel considera que ''Manuel Vilarinho não esteve à altura da grandeza do Benfica'' e apelou para que este ''suspenda as eleições e reponha a sua realização em Outubro'', responsabilizando-o ao mesmo tempo por ''eventuais desacatos'' que possam ocorrer durante o acto eleitoral de sexta-feira.
No que diz respeito ao posicionamento do ''Movimento Benfica - Vencer, Vencer'' a partir de sexta-feira, Rangel revelou que vai abandonar a posição de neutralidade que tem mantido até aqui, por ''não querer ganhar as eleições na secretaria'' quando pretendiam ''ir a votos''.
''A partir das eleições, se estas se realizarem, vamos recorrer a todo o tipo de actos de natureza jurídica que um Estado de Direito garante para fazer valer o bom nome e o prestígio do Benfica'', prometeu Rui Rangel, admitindo recorrer a ''instâncias jurídicas e outras'', se necessário.