Declarações de Luís Freire, treinador do Nacional, após a derrota frente ao FC Porto (2-4), no final do encontro dos oitavos de final da Taça de Portugal em futebol, disputado no Estádio da Madeira, no Funchal.
"Em primeiro lugar, dar uma palavra grande aos meus jogadores, porque tenho um grupo fantástico de jogadores, que dão o máximo em todos os treinos e estão a treinar em condições adversas. Fizeram um grande jogo de luta contra o Sporting e que hoje voltaram a estar numa grande luta contra o FC do Porto. Sabíamos que era um adversário muito difícil. Conseguimos numa primeira parte estancar aquilo que era a criação de oportunidade de golo do FC Porto por algum tempo. Eles marcaram aos vinte e poucos minutos. Respondemos muito bem ao golo e fizemos o um igual. É normal que o FC Porto assuma mais a posse e o controlo do jogo, mas nunca nos desmontámos e acabámos por conseguir, até ao intervalo manter a igualdade.
Ao intervalo, tentámos ao máximo ajustar algumas coisas nos corredores laterais, onde o FC Porto nas variações acabava por conseguir alguma vantagem, quando aparecia o Luís Diaz e outros jogadores por dentro. Mas penso que na segunda parte o jogo começou a ficar mais dividido, mais partido um bocadinho e mais nervoso e estava claramente a surgir para nós a oportunidade de poder fazer estragos. Aconteceu e fizemos o 2-1. Honestamente é verdade que não abordámos bem aquele lance, onde poderíamos ter colocado a bola fora, mas fica o convite a quem gosta de ver as imagens, para ver as da expulsão. Não vou comentar, mas é ver as imagens da expulsão, aos 65 minutos, quatro minutos depois do 2-1.
Depois, com menos um, como é lógico, o FC Porto que é uma grande equipa, habituada ao processo ofensivo com belos jogadores e também bem orientada, acaba por mandar no jogo. Mas nós, com a capacidade de estar coesos e sem empatar tempo, sem mandar o guarda-redes cair e sem ser um festival de jogadores a cair. Mantivemo-nos sempre dentro do jogo, a defender com as nossas armas, dentro da nossa união e acabamos por sofrer o 2-2 num lance onde ganhámos vantagem e é só ver, aos 88 minutos e conseguimos até ao final da partida aguentar o ímpeto do adversário. A intenção do prolongamento era estancar o jogo do FC Porto e tentar algum contra-ataque, o que conseguimos algumas vezes. Mas o FC Porto acaba por fazer o 3-2 quando temos jogadores para substituir. Aliás tivemos jogadores para substituir e não deixaram e acaba por dar o golo. Tentámos nos últimos cinco minutos ir à procura de melhor, mas ficamos desequilibrados e acabamos por sofrer o 4-2. Ainda podíamos ter feito o 4-3 de penálti.
Mas há que ressalvar que os meus jogadores estão de parabéns e estou orgulhoso deles. Não ganhámos e queríamos ganhar. Não estamos contentes com a derrota, só estamos satisfeitos com o meu grupo de trabalho. Grandes homens, com grande capacidade de luta e de sacrifício. Não foi fácil jogar contra o Sporting e contra o FC Porto neste campo, que está pesadíssimo.
Procurámos, com alguns jogadores que não têm jogado muito, dar uma grande resposta. Quanto ao resto é futebol e quem quiser analisar que analise, porque eu vou fazer o meu trabalho, com os meus jogadores para ganhar domingo, que é agora o mais importante.
O que levo desta participação é que eliminámos o Casa Pia e o Leixões depois de estarmos em desvantagem e conseguimos dar a volta com o FC Porto, até dois minutos do fim e com menos um jogador. Isto prova que estamos a crescer e a ser competitivos. Temos menos um jogo disputado no campeonato e sabemos que se ganharmos o próximo jogo, ficaremos como queremos. O que fica é esta atitude que tem de aparecer igual ou melhor e é assim que vamos ter de pensar daqui para frente."