O número de jovens desportistas federados caiu para menos de metade, praticamente um ano depois da suspensão das competições de formação, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, com o futebol a ser particularmente afetado.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF), responsável pelas competições nacionais de futebol e futsal, foi a que sofreu a maior quebra, contando na presente temporada um total de 39.471 federados, 33.922 no futebol e 5. 549 no futsal, uma queda superior a 75% dos inscritos em 2019/20.
Na época passada, que foi interrompida em março de 2020, de acordo com os dados facultados à Lusa, a FPF somava 159.318 jovens atletas federados, na sua maioria praticantes de futebol (132.835), enquanto os 26.483 jogavam futsal.
Além dos mais de 100 mil praticantes ‘desaparecidos’ devido à suspensão das competições da FPF, as outras federações contactadas pela Lusa assinalaram perdas igualmente significativas, para cerca de metade.
Segue-se a Federação de Andebol de Portugal (FAP), com uma diminuição de 54% de jovens inscritos, com 6.240 atletas dos escalões de formação registados em 2020/21, comparando com os 13.553 pré-pandemia.
Em maior número, mas menor percentagem, a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) ‘perdeu’ aproximadamente 10 mil jovens praticantes (42%), com 14.050 inscritos em 2020/21, comparativamente aos 24.089 da época passada.
A proporção é semelhante nos jovens praticantes de voleibol (46%), cuja federação nacional tem registados 27.156 inscritos, face aos 49.980 da época passada, e de hóquei em patins (50%), atualmente com 2.875, comparativamente aos 5.764 de 2019/20.
No total, dos quase 252.704 inscritos nestas cinco federações, que contavam com os praticantes de futebol e das cinco principais modalidades de pavilhão, restam 89.792 jovens atletas.
A suspensão do desporto de formação afetou também os números de treinadores inscritos: no universo da FPF, o registou caiu dos 8.462 em 2019/20 para os 3.782 em 2020/21, enquanto no basquetebol a diminuição foi de 506 (1.426 na época passada para 920 atuais), no andebol de 227 (1.108 para 881), no voleibol de 215 (823 para 608) e no hóquei em patins de 191 (482 para 291).
Os 6.482 treinadores atualmente em atividade nestas cinco federações são, também, pouco mais de metade dos que estavam registados em 2019/20 (12.301).
O ‘rombo’ na FPF, que viu 16 competições suspensas, nove de futebol e sete de futsal, sem contar com todos os campeonatos de âmbito regional, é ilustrativo com a presença de 139 clubes atualmente em competição, um número incomparável com os 1.905 da época passada.
No andebol e no basquetebol, em cada modalidade todas as 12 provas nacionais não seniores foram suspensas, ou seja, as competições de seis escalões femininos e masculinos, de nível regional (no caso da FPB, 114 provas) e local, menos um escalão do que o suspenso no voleibol, igualmente em ambos os sexos, enquanto as quatro competições de formação de hóquei em patins estão também paradas.
Relativamente a esta modalidade de pavilhão, segundo a Federação Portuguesa de Patinagem (FPP), registam-se apenas menos quatro clubes em 2020/21 (105, eram 101 em 2019/209).
O nono Estado de Emergência, que está em vigor até 30 de janeiro, mantém o desporto de formação em suspenso, seguindo com as medidas até agora aplicadas, permitindo que, além das seleções nacionais, continuem em disputa I e II Ligas de futebol masculino, o Campeonato de Portugal, Taça de Portugal e Taça da Liga, a I Liga feminina e as primeiras divisões sénior, masculinas e femininas, de cada modalidade, sem público nas bancadas.