Um cabeceamento de Matheus Nunes nos descontos ofereceu na segunda-feira um triunfo vital ao Sporting, por 1-0, diante do Benfica, que ficou praticamente afastado da luta pelo título, no dérbi da 16.ª jornada da I Liga de futebol.
Aos 90+2 minutos, quando já nada o fazia prever, o médio brasileiro resgatou, de cabeça, uma bola vinda de um corte incompleto de Vlachodimos a um cruzamento de Pedro Porro e atirou para a baliza deserta, tornando-se o protagonista da primeira vitória diante do rival no seu reduto desde 2012.
O Sporting, que dispôs de mais e melhores oportunidades durante toda a partida, manteve o FC Porto a quatro pontos da sua liderança, somando 42, e deixou o Benfica a nove e igualado com o Sporting de Braga, ambos com 33, com os 'arsenalistas' no último lugar do pódio.
João de Deus ocupou o lugar de Jorge Jesus, infetado com covid-19, no banco de suplentes e o Benfica surpreendeu ao entrar com três centrais (Otamendi, Jardel e Vertonghen), mas a lesão do capitão brasileiro, logo aos 11 minutos, obrigou Weigl a recuar para o seu lugar e Gabriel a entrar para a posição defensiva do meio-campo.
Antes, já o Sporting tinha deixado o primeiro aviso, através de um livre descaído pelo flanco esquerdo que deixou a bola a ‘pingar’ na área, que Vlachodimos agarrou (06), com o Benfica a ameaçar a baliza contrária apenas aos 19, num remate rasteiro de Pizzi, que não passou longe do poste direito.
As ‘águias’ tinham muitas dificuldades em acercar-se da baliza de Adán e o Sporting foi apostando nas transições rápidas, muitas com bolas longas nas costas da linha defensiva contrária, como aos 35, a descobrir Pedro Gonçalves, que atrasou para Pedro Porro, solto à entrada da grande área, mas o remate do espanhol foi desviado pelo seu compatriota Grimaldo.
Antes do descanso, o Sporting dispôs de uma ocasião soberana aos 40, desperdiçada por Luís Neto, que, na sequência de um canto de Nuno Mendes, recebeu ao segundo poste um cabeceamento de Tiago Tomás ao primeiro e, também de cabeça, atirou ao lado, com a defesa ‘encarnada’ completamente batida, mantendo-se o ‘nulo’ ao intervalo.
O uruguaio Darwin, muitas vezes apanhado na ‘armadilha’ do fora de jogo, teve nos pés a primeira oportunidade do segundo tempo, ao rematar forte para defesa de Adán, e, aos 51, não chegou a um cruzamento de Rafa, que o espanhol agarrou.
No outro lado do terreno, a equipa de Rúben Amorim prosseguia os seus ataques perigosos, ao imprimir a velocidade dos dianteiros perante alguma lentidão e passividade benfiquista, expresso num corte falhado de Vertonghen, que Tiago Tomás aproveitou, conduzindo a bola até à área e a entregar em Pedro Gonçalves, que rematou contra o corpo de Weigl.
Matheus Nunes, com pouco ângulo e de costas para a baliza, procurou abrir o ativo aos 55, mas apenas conseguiu um remate rasteiro para as mãos de Vlachodimos e, na resposta, 10 minutos depois, Rafa rematou para defesa segura de Adán.
Com um quarto de hora por se jogar, Vlachodimos, através de uma enorme defesa, evitou o golo num lance atabalhoado de Pedro Gonçalves, numa fase de muito aperto junto da área ‘encarnada’, replicada por João Palhinha, entrado aos 61, após ser despenalizado do castigo de um jogo, que ficou muito perto do golo aos 80, num remate ao lado.
O triunfo interessava mais ao Benfica, mas o conjunto da Luz pouco fez para o conquistar e viu as hipóteses de se aproximar da liderança desfeitas já nos descontos, na cabeçada de Matheus Nunes, que deu origem a uma explosão de alegria no banco do Sporting, firme na discussão de um título que lhe foge há 19 anos.