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Candidato apoiado por Bolsonaro eleito presidente da Câmara dos Deputados do Brasil

O deputado brasileiro Arthur Lira, do Partido Progressista (PP), foi eleito na segunda-feira presidente da Câmara dos Deputados para os próximos dois anos, após contar com um forte apoio do Governo, presidido por Jair Bolsonaro.

Candidato apoiado por Bolsonaro eleito presidente da Câmara dos Deputados do Brasil
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Com 302 votos, Lira foi eleito à primeira volta, derrotando o seu rival direto, Baleia Rossi, atual presidente nacional do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que obteve o apoio de 145 deputados, de um total de 503 que votaram.

Bolsonaro consegue assim ver eleitos os candidatos que apoiava, quer para a presidência da Câmara dos Deputados, quer para o Senado, que horas antes elegeu Rodrigo Pacheco como novo líder da Câmara Alta parlamentar.

Esta foi uma votação considerada por analistas como "muito importante" para Bolsonaro, porque poderá decidir o futuro do seu Governo, com impacto na votação de reformas estruturais, como a administrativa e tributária, e num eventual processo de destituição.

Caberá ao novo presidente da Câmara dos Deputados analisar, ou não, os quase 70 pedidos de destituição entregues contra o atual chefe de Estado.

O derrotado Baleia Rossi afirmou que, caso vencesse, iria analisar "cada um dos pedidos de 'impeachment', à luz da Constituição". Contudo, com a vitória do candidato apoiado por Bolsonaro, esse cenário poderá ficar afastado.

Após a vitória de Lira e de Pacheco, Bolsonaro partilhou, nas suas páginas nas redes sociais, uma fotografia ao lado de ambos, sorrindo, destacando a quantidade de votos que cada um arrecadou.

No seu primeiro discurso após ser eleito, Arthur Lira defendeu um diálogo amplo e a independência do poder legislativo, destacando a importância da vacinação contra a covid-19 e o equilíbrio das contas públicas.

"Temos de examinar como fortalecer a nossa rede de proteção social. Temos que vacinar, vacinar, vacinar o nosso povo. Temos de buscar o equilíbrio das nossas contas públicas. (...) Irei propor ao novo presidente do Senado uma ideia geral, que chamo de pauta de emergência, para encaminharmos os temas urgentes", disse o novo presidente da Câmara dos Deputados.

O deputado, que frisou que pretende exercer a presidência da Câmara com "neutralidade", lamentou ainda as mortes provocadas pela pandemia, que classificou como "a mais cruel, devastadora e feroz", e disse que os poderes da República deveriam atuar com harmonia para combater a doença.

Lira, de 51 anos, e que é líder dos partidos do "Centrão" [bloco informal que reúne parlamentares de partidos de centro e centro-direita], é oriundo de uma família com tradição na política e está sob investigação da justiça.

O aliado de Jair Bolsonaro responde a dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto crime de corrupção passiva, e a um inquérito derivado da operação Lava Jato.

Lira sucede assim a Rodrigo Maia, que deixa o comando da câmara baixa parlamentar após dois mandatos e meio consecutivos.

Maia, que apoiava a eleição de Baleia Rossi, despediu-se da função com um discurso pacificador e emocionado: "As brigas passaram, vamos eleger um novo presidente. Tivemos um momento de mais atrito, no meu caso com a candidatura de Arthur Lira. (...) Tenho orgulho de ser presidente dessa Casa e, mais do que isso, de ser deputado federal".

Além dos favoritos à vitória, Arthur Lira e Baleia Rossi, entraram ainda na disputa os deputados André Janones, Fábio Ramalho, General Peternelli, Kim Kataguiri, Luiza Erundina e Marcel van Hattem. O deputado Alexandre Frota desistiu da sua candidatura independente e declarou o apoio a Rossi.

A primeira medida tomada por Lira após ser eleito foi anular, na noite de segunda-feira, a votação para os demais cargos da Mesa Diretora, determinando a realização de uma nova eleição, na tarde de hoje, para a escolha dos seus integrantes para o biénio 2021-2022.

Além disso, o parlamentar cancelou a formação do bloco que apoiou o seu principal adversário, Baleia Rossi, formado por 10 partidos, argumentando que este foi formalizado fora do prazo.

Com o desmembramento do bloco, os partidos que apoiaram a candidatura de Baleia Rossi passam a ser contados de maneira individual na divisão proporcional dos cargos na Mesa Diretora, o que poderá prejudicar formações políticas como o Partido dos Trabalhadores (PT) ou o Rede Sustentabilidade.

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