O setor dos casamentos em Portugal teve perdas de faturação na ordem dos 90% em 2020, devido à pandemia de covid-19, que interrompeu grande parte da atividade, revela um estudo agora divulgado.
Realizado pela BestEvents, empresa responsável pela organização de feiras nacionais e internacionais dedicadas ao casamento, e pela revista “I Love Brides”, o estudo a que a Lusa teve hoje acesso revela que 34,2% das empresas inquiridas tiveram perdas na ordem dos 90% e 19,8% perto de 80%, enquanto 18% não tiveram qualquer faturação (entre 90 a 100%).
O estudo foi realizado junto de empresas de setores ligados a casamentos, como ourivesarias, espaços, ‘designers’ de bolos, organizadores de casamentos, fotografia e videografia, decoração, convites e lembranças, vestuário para os noivos e acessórios, cabelo e maquilhagem, ramo da noiva, animação, aluguer de viaturas e lua-de-mel.
A participação de mais de uma centena de empresas ligadas ao setor mostrou que de entre 6.231 casamentos que tinham agendados no total, apenas realizaram 1.049 (16,8%), com grande parte (66,2%) a serem adiados para 2021 e 7,7% para 2022.
No entanto, mais de metade das empresas (55,8%) não conseguiu remarcar todos os adiamentos que tiveram, tendo 38% dessas empresas sido obrigadas a devolver os sinais.
O cancelamento foi elevado, num total de 26,1%, e desta percentagem 63,2% desistiram mesmo do casamento e 12,6% cancelaram devido a indisponibilidade de datas, entre outros motivos.
Perante os momentos de incerteza pela situação pandémica, foram avaliados os índices de confiança das empresas relativamente ao ano 2021, com 46% a revelar ter entre 25% e 50% de confiança na retoma, face aos 31,9% entre 50 a 75%. Os muito pouco confiantes são 14,2%, enquanto 8% estão com muita confiança que a recuperação ocorra ainda este ano.
Desde o início da situação pandémica em Portugal, em março de 2020, que as duas entidades que realizaram o inquérito têm vindo a desenvolver diversas ações em prol do setor, apelando à união do mesmo para fazer chegar ao Governo as suas preocupações e propostas, para que “haja uma mensagem de confiança ao mercado”.
“Não podemos esquecer que é uma atividade sazonal. Por isso, essa mensagem de confiança vem no sentido de garantir a sustentabilidade e a recuperação da confiança dos clientes. É importante que o governo apresente uma previsão de data para o setor começar a operar”, frisou Jorge Ferreira, diretor executivo da BestEvents.
Entre as empresas que responderam ao inquérito, 49,6% são da região Norte, 21,7% da Área Metropolitana de Lisboa, 14,8% do Centro e 11,3% da Área Metropolitana do Porto, com as restantes a dividirem-se entre Alentejo, Algarve, Açores e Madeira.
O estudo foi realizado junto de empresas de setores ligados a casamentos, como ourivesarias, espaços, ‘designers’ de bolos, organizadores de casamentos, fotografia e videografia, decoração, convites e lembranças, vestuário para os noivos e acessórios, cabelo e maquilhagem, ramo da noiva, animação, aluguer de viaturas e lua-de-mel.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.310.234 mortos no mundo, resultantes de mais de 105,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 14.158 pessoas dos 765.414 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.