A África do Sul deportou 571 moçambicanos numa semana, quase seis vezes mais que no mesmo período de 2020, reflexo do número de pessoas que agora têm tentado furar o fecho das fronteiras sul-africanas para prevenir a covid-19.
O Serviço Nacional de Migração (Senami) moçambicano indica que entre 30 de janeiro e 05 de fevereiro, 571 moçambicanos foram devolvidos à origem, a maioria (500) através da fronteira de Ressano Garcia, a principal travessia entre os dois países e outros 21 pelo posto da Ponta do Ouro.
A deportação assenta nos ilícitos de imigração clandestina e permanência ilegal na África do Sul.
Na mesma semana de 2020 ocorreram 100 casos de deportação da África do Sul para Moçambique.
As autoridades sul-africanas decidiram encerrar parcialmente as fronteiras de 12 de janeiro a 15 de fevereiro devido ao recrudescimento da pandemia de covid-19 na África Austral.
Há um mês a situação envolveu ainda mais pessoas.
A África do Sul deportou 1.210 moçambicanos entre 16 e 22 de janeiro, a maior parte por tentarem furar o fecho das travessias.
O país vizinho de Moçambique é onde muitos encontram trabalho e onde outros se abastecem de todo o tipo de produtos para fornecer mercados no país lusófono.
A África do Sul é o país mais afetado do continente com cerca de 47 mil mortes e 1,5 milhões de infeções de covid-19.
Moçambique registou mais casos, mortes e internamentos em janeiro do que em todo o ano de 2020.
Atualmente tem um total acumulado de 501 mortos e 47.790 casos, 63% dos quais recuperados e 290 internados.