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Putin acusa Ocidente de utilizar Navalny para contrariar «política de contenção»

O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou hoje os países ocidentais de utilizarem o opositor Alexeï Navalny, preso, como parte de uma “política de contenção” da Rússia.

Putin acusa Ocidente de utilizar Navalny para contrariar «política de contenção»
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“Os nossos opositores ou os nossos potenciais adversários [...] confiaram sempre em pessoas ambiciosas e sedentas de poder, sempre os usaram”, disse o Presidente russo numa entrevista realizada na quarta-feira, mas só divulgada hoje pelo canal público Rossiya 24.

Referindo-se às recentes manifestações após o regresso e, posterior prisão, de Navalny, o Presidente russo considerou que os protestos também foram alimentados a partir do estrangeiro no contexto da pandemia do novo coronavírus.

“Utilizam essa personagem [Navalny] justamente agora, num momento em que todos os países do mundo, inclusive o nosso, vivem num contexto de esgotamento, frustração e insatisfação” por causa “das condições em que vivem e da diminuição dos rendimentos”, acrescentou.

Para Putin, “os inúmeros sucessos” da Rússia, no plano militar, mas também na gestão da pandemia de covid-19, aliada ainda à conceção da vacina Sputnik V, “estão a começar a irritar” os adversários de Moscovo.

“Quanto mais fortes nos tornamos, mais forte é a política de contenção”, argumentou.

Feroz opositor do Kremlin, Navalny voltou à Rússia em meados de janeiro após vários meses de convalescença na Alemanha, onde recuperou de um envenenamento pelo qual acusa o Kremlin e os serviços secretos russos (FSB).

Navalny foi preso à chegada, ainda no aeroporto, e um tribunal russo sentenciou-o a uma pena de prisão de dois anos no início de fevereiro, revogando a suspensão de uma sentença anterior.

Por todo o país, várias têm sido as manifestações para exigir a libertação de Navalny, num contexto mais amplo de descontentamento com a queda dos padrões de vida.

Os protestos contra a política de Putin já levaram à detenção de mais de 10.000 pessoas, a grande maioria delas condenada a curtas penas de prisão.

A extensão da repressão foi denunciada por países europeus e pelos Estados Unidos, mas também por muitas organizações não governamentais e por parte da imprensa russa.

A União Europeia (UE), cujas relações com Moscovo já estão deterioradas, indicou que está a considerar novas sanções a Moscovo, o que irritou as autoridades russas.

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