A Deco recebeu dezenas de reclamações por falhas na qualidade do serviço de internet durante o confinamento, inclusive de juntas de frequesia de regiões do interior, onde por falta de cobertura há crianças que não conseguem acompanhar as aulas à distância.
Segundo disse à Lusa fonte da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco), além das queixas de consumidores individuais, alguns em teletrabalho e outros com filhos em casa com ensino à distância, que reclamam das falhas na qualidade do serviço, foram igualmente recebidos abaixo-assinados de grupos de cidadãos e reclamações de juntas de freguesia, sobretudo da zona de Pedrogão Grande.
"Neste último caso, não se trata apenas de falhas na qualidade do serviço. Nem sequer têm rede", disse a mesma fonte, sublinhando que a Deco já alertou para a necessidade de rever a situação com urgência, tendo encaminhado as queixas para a ANACOM.
A fonte acrescentou ainda que a Deco já propôs como solução, nos casos de falta de rede, que se encontrasse um local alternativo onde estas crianças pudessem ver garantido o direito a frequentarem as aulas, "sempre cumprindo as normas de segurança sanitária".
Desde segunda-feira que os operadores de comunicações eletrónicas podem limitar ou bloquear o acesso a serviços não essenciais à banda larga, como videojogos e plataformas digitais como Netflix, tendo em vista a necessidade de proteger serviços críticos do Estado, à semelhança do que aconteceu no primeiro confinamento de março de 2020 devido à pandemia de covid-19.
Em declarações à agência Lusa na segunda-feira, as operadoras de telecomunicações reconheceram que o tráfego de dados aumentou bastante em todo o território nas últimas semanas, nomeadamente nos grandes centros urbanos e periferias.