O treinador Carlos Carvalhal disse hoje que o Sporting de Braga quer discutir os 16 avos de final da Liga Europa de futebol com a Roma «até ao último segundo», apesar da derrota da primeira mão.
A turma bracarense saiu derrotada por 2-0, em casa, e defronta na quinta-feira a Roma, na capital italiana, na segunda mão.
"Queremos estar dentro do jogo, sermos competitivos e equilibrados, porque há jogos que se alteram nos cinco/dez minutos finais e queremos discutir a eliminatória até ao último segundo", disse na conferência de imprensa de antevisão.
Carlos Carvalhal rejeitou a ideia que a Roma, treinada pelo português Paulo Fonseca, possa relaxar por causa da vitória em Braga e, apesar de ter uma "tarefa em mãos difícil", o técnico quer que os seus jogadores se foquem na sua "capacidade" e se agarrem à possibilidade de ultrapassar o adversário, por ínfima que seja.
O treinador elogiou a equipa orientada por Paulo Fonseca, defendendo que tem poucos pontos fracos, notando, contudo, que a ausência de vários jogadores na defesa devido a lesões "será uma das razões por que tem sofrido mais golos ultimamente".
"Sabíamos que seria uma eliminatória extremamente difícil, que a Roma tem uma grande equipa, com um grande treinador, com grandes jogadores, quando há seleções ficam com seis/sete jogadores, o resto são todos internacionais. A Roma foi a equipa mais perigosa nos 90 minutos [em Braga], mas não estávamos a contar é que houvesse outros fatores que pudessem desequilibrar o jogo", disse numa referência implícita à atuação da equipa de arbitragem que mereceu muitas críticas dos bracarenses.
O treinador lembrou a expulsão de Esgaio e uma grande penalidade que o árbitro não assinalou por falta sobre Sporar, no início da segunda parte.
"Tivemos um penálti que ainda hoje não percebo como não foi assinalado, se não pelo árbitro, pelo VAR, e isso podia ter mudado o jogo. O jogo da primeira mão ficou nitidamente alterado com a expulsão, quem sabe amanhã [quinta-feira], a Roma não fica a jogar com 10, e não é perdoado um penálti [ao Braga] ou nós temos um penálti a nosso favor, em 90 minutos muita coisa pode acontecer", disse.
O defesa Rolando considera que o Sporting de Braga tem de olhar para o que pode melhorar em relação ao primeiro jogo e frisou que, mais do que querer afirmar-se, quer ajudar a equipa.
"Já passei por muito no futebol e isso de conseguir o meu espaço [na equipa] ou não já não me diz grande coisa. Com a minha experiência, sei é que tenho de estar preparado para quando surgem as oportunidades dar o máximo e ajudar a equipa", disse.
O experiente defesa central assumiu ser "um jogador importante", mesmo quando não joga.
"Também foi por isso que fui contratado, para transmitir o que aprendi no futebol para os mais novos, que têm correspondido, a equipa tem estado muito bem, temos muitas opções, o treinador toma as suas decisões e quando a equipa precisa de mim tento corresponder, é a minha forma de agradecer e mostrar que estou extremamente satisfeito de fazer parte deste clube", disse.
O internacional português, de 35 anos, já jogou em Itália (Nápoles, 2012/13, e Inter de Milão, 2013/14) e lamentou a ausência do público no Olímpico de Roma.
"Claro que é um negócio, mas o futebol é divertimento, uma fuga das pessoas do stress do dia-a-dia, é um espetáculo que, sem público, é diferente. Já joguei aqui com o estádio cheio e sinto-me triste por os meus colegas não irem ter essa experiência, é um estádio icónico, mas com ou sem público temos de tentar o nosso melhor", disse.
Sporting de Braga e Roma defrontam-se a partir das 20:00 de quinta-feira, no Estádio Olímpico de Roma, jogo que será arbitrado pelo sueco Andreas Ekberg.