Declarações de João Henriques, treinador do Vitória de Guimarães, após a vitória frente ao Boavista (2-1), em jogo da 21.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.
"Fizemos 90 minutos muito bons, onde só falhámos na finalização. Sofremos um ‘soco no estômago' com um primeiro golo do Boavista. Foi mostrado o caráter da equipa. Perante a adversidade no ‘marcador', a equipa deu a volta ao resultado, mas ainda esteve perto de sofrer um golo que poderia desvirtuar o que fizemos nos 90 minutos.
[A melhoria exibicional deveu-se] às prestações individuais e coletivas. O plano estratégico foi cumprido na plenitude, com a conquista dos três pontos. Quando não se conquistam os três pontos num jogo destes, aparece uma ‘névoa' perante o jogo da equipa. A vitória foi categórica, justa, clara. No cômputo geral dos 90 minutos, foi provavelmente a vitória mais segura e concisa em casa. Mas com o Rio Ave, em casa, estávamos a fazer um jogo idêntico, sofremos dois golos e tudo foi diferente [derrota por 3-1]. Foi a estratégia do Rio Ave que foi melhor.
Ganhar ou ganhar [relativamente a uma tarja à entrada do Estádio D. Afonso Henriques] é uma questão interessante, porque o apoio dos adeptos é um ato de motivação extra. Qualquer questão vinda de fora é sempre boa para sentirmos que estão connosco, no incentivo, na exigência, a criticar-nos. É sempre bom.
Havia certa inibição dos jogadores [quanto ao festejo efusivo do segundo golo], porque temos tido falta de sorte em alguns momentos e sido injustamente criticados noutros. A equipa tem feito um trabalho fantástico nos últimos três meses. Muita gente colocou em causa o trabalho desenvolvido por resultados menos bons e exibições menos boas nos últimos três jogos. Era importante jogadores no campo, jogadores no banco, equipa técnica e administração festejarem.
É bom que não falte a ‘net' em Guimarães [para ver esse momento]. Na última semana, a Internet [em Guimarães] funcionou com muita força, com muita gente a duvidar do nosso trabalho. O Vitória é um clube grande, tem imensa exigência e precisa de muito apoio. Nos últimos sete anos, o Vitória só conseguiu à 21.ª jornada ter mais de 35 pontos por uma vez. Temos um grupo novo. Queremos ser agressivos e esclarecidos sempre, mas nem sempre é fácil.
O próximo jogo em Braga [com o Sporting de Braga, para a 22.ª jornada] é para o ganhar, com a mesma atitude. Vamos defrontar uma equipa muito forte, muito boa, mas estamos cá para a luta, seja como for. Estaremos assim até ao final do campeonato. Vamos preparar todos os jogos com profissionalismo.
Estes horários [duelo com o Sporting de Braga, às 21:45 de 09 de março, uma terça-feira] não são benéficos para o futebol português. A formação está a atravessar um momento difícil devido à pandemia. Estamos possivelmente a perder miúdos que seriam o futuro do futebol. A essa hora, têm de ir para a cama para no dia seguinte irem para as aulas. E não podem ver o jogo. É uma hora demasiado tardia, a uma terça-feira, onde existem muitas horas para se jogar. Sei que não se pode jogar à hora da Liga dos Campeões, mas, noutros países, joga-se a outras horas. Pelo que sei, é uma questão de cariz financeiro".