O antigo árbitro internacional português Duarte Gomes defendeu hoje que a decisão do International Board (IFAB) clarifica os lances de golo precedidos de toque acidental da bola na mão do futebolista atacante.
No dia em que o IFAB, órgão que regulamenta as regras da modalidade, decidiu que alguns daqueles lances não devem ser considerados irregulares, o ex-árbitro internacional explicou à Lusa o que muda exatamente.
“Se a bola, por exemplo, tocar num braço e for para um colega ou criar uma oportunidade de golo já é legal. Até aqui, não era. A assistência era punida como falta. A grande especificação aqui, que torna a coisa muito objetiva, é que só é falta se a bola entrar diretamente na baliza, tocar no braço ou mão ou o próprio jogador que a tocou marcar imediatamente a seguir”, constatou.
Duarte Gomes frisaou que o IFAB vem “esclarecer que só é ilegal quando a bola tocar no braço/mão, ainda que involuntariamente, e entrar diretamente na baliza ou ficar à mercê do jogador e ele imediatamente a seguir marque, por exemplo, com o pé”.
Assim, deixa de ser considerada falta quando um jogador que ataca “faça uma assistência para um colega com braço ou mão, de forma involuntária”.
O antigo árbitro deu o exemplo de “casos cinzentos” que suscitavam dúvidas, considerando que “agora fica bem claro”.
“Havia casos em que a bola tocava no jogador, andava ali dois ou três metros, tocava noutro jogador, depois era golo e não se sabia bem o que era o imediatamente a seguir, que a lei dizia, ou quanto tempo é que isso implicava, quantos toques na bola”, recordou.
Esta mudança nas leis do jogo entra em vigor em 01 de julho, pelo que não poderá ser aplicada no Campeonato da Europa de 2020, adiado para 2021, face à pandemia de covid-19, embora o IFAB tenha referido que as competições têm flexibilidade para introduzi-la mais cedo.