Declarações de João Henriques após o Vitória de Guimarães - Gil Vicente (2-4), jogo da 23.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.
"O jogo fica decidido com a má entrada que tivemos. É uma entrada apática, que permitiu o adversário forçar aquela expulsão. A partir daí, a equipa andou sempre a reagir ao adversário, em vez de ser proativa. Queríamos ser agressivos do primeiro ao último minuto. Não mostrámos essas intenções em campo. Andámos sempre a reagir ao jogo. Com a má entrada e a expulsão, andámos sempre atrás do jogo. A boa reação na segunda parte não apaga o que fizemos na primeira parte. Queremos ser uma equipa predisposta para ser agressiva, confiante, forte no jogo. Vinha uma equipa do lado contrário em situação aflitiva, mas correu exatamente ao contrário. Deveríamos ser mais proativos do que reativos.
Depois, foi um jogo onde aconteceu tudo. O adversário teve um penálti, marcou [3-1]. Nós tivemos um penálti [para o 4-3] e falhámos. Andámos sempre atrás de um adversário que fez o seu papel. Sem tirar o mérito ao Gil Vicente, houve demérito nosso.
O adversário teve uma boa entrada e não conseguimos passar o trabalho durante a semana para dentro de campo. É uma questão mental. Uma equipa não deixa de ser agressiva de uma semana para a outra. Ficámos condicionados pela expulsão e sofremos primeiro. Tivemos de ir atrás [do resultado]. A forma como sofremos alguns golos é inacreditável. E também é inacreditável a forma como não marcámos alguns golos. Assim, o Vitória não vai ser uma equipa com ambição de se impor em todos os jogos. Hoje, fomos uma equipa com mais receio de falhar. Não temos de ter medo de nada. Temos de assumir as nossas ações de forma categórica e não o fizemos.
O Rochinha é mais um dos jogadores que se mostrou inconformado. Não podemos individualizar os aspetos positivos e negativos. Perdemos todos, porque entrámos mal no jogo. Quando fomos reativos, fizemos coisas boas, mas depois de perdermos um jogo como perdemos, parece ridículo falar disso. O Rochinha esteve bem, mas isso passa para segundo plano quando o coletivo não vence. Temos de retificar estes momentos com atos.
O futebol tem coisas muito curiosas. Vencemos jogos onde fazíamos um golo e ganhávamos. Íamos passando pelos ‘pingos da chuva' com os mesmos erros. Com uma equipa nova, praticamente de base, não há muita tolerância, mas temos de ter alguma compreensão. Na nossa linha defensiva, o jogador mais velho é o Jorge Fernandes, com 23 anos. No meio-campo, se excluirmos o André André, temos o Pepelu, com 21 anos, e o André Almeida, com 20. No ataque, além do Quaresma, temos o Rochinha, com 25 anos, e o Marcus Edwards, com 23. Eu disse que teríamos retrocessos, mas acreditamos muito no que estamos a fazer. Esta equipa é a mesma do período em que ganhou. Vamos continuar a perseguir o quinto lugar.
Em Alvalade [frente ao Sporting], temos de mostrar-nos confiantes para conquistarmos três pontos. Temos de fazer com que estes jogadores percebam que têm de cometer menos erros. Assumo essa responsabilidade".