A seleção portuguesa de andebol masculino qualificou-se no domingo pela primeira vez para os Jogos Olímpicos, assegurando a estreia ‘oficial’ das modalidades coletivas de pavilhão em Tóquio2020, naquela que será a sétima presença coletiva nacional.
Embora a seleção de hóquei em patins tenha participado no torneio de demonstração em Barcelona1992, caberá à equipa liderada por Paulo Jorge Pereira, que garantiu o apuramento inédito do andebol para Tóquio2020, a ‘honra’ de estrear as cores nacionais nos desportos coletivos de pavilhão em competição oficial nos Jogos Olímpicos.
Os ‘heróis do mar’ homenagearam o malogrado Alfredo Quintana com o apuramento para Tóquio2020, selado com a reviravolta no último minuto do embate frente à França, anfitriã do torneio pré-olímpico, com golos dos companheiros de equipa do guarda-redes do FC Porto Victor Iturriza e Rui Silva, no domingo.
A presença inédita vai ser gravada na pele da comitiva lusa, conforme assumiu o selecionador Paulo Jorge Pereira, mas igualmente marcante foi a homenagem do capitão Rui Silva, que tatuou a imagem de Quintana no braço direito, o mesmo com que finalizou o contra-ataque decisivo, após uma recuperação de bola na zona defensiva.
“Correste comigo, remataste comigo e marcaste golo comigo. Agora vamos a Tóquio e juntos continuaremos a fazer historia! Hoje e sempre será por ti”, escreveu Rui Silva nas redes sociais, ao revelar esta homenagem.
O final épico fez jus ao feito histórico, o de assegurar um lugar entre as melhores seleções absolutas do andebol, algo bem mais usual no torneio olímpico de futebol, no qual a equipa das ‘quinas’ conta com quatro presenças e um quarto lugar em Atlanta1996.
Comandados por Nelo Vingada, Dani, Peixe e Nuno Gomes lideraram essa geração de sub-23 – é esse o modelo excecional adotado para o futebol nos Jogos Olímpicos -, ‘reforçada’ ainda por Rui Bento, Capucho e Paulo Alves.
Além do quarto lugar em 1996, Portugal terminou em sexto no Rio2016, em 14.º em Atenas2004, com Cristiano Ronaldo entre os ‘eleitos’ de José Romão, e foi aos quartos de final do torneio de Amesterdão1928, na estreia, ‘caindo’ frente ao Egito.
Só outras duas modalidades coletivas estiveram presentes em Jogos Olímpicos, sendo o hóquei em patins uma delas, no torneio de demonstração de Barcelona1992, onde Portugal chegou como campeão do mundo - o primeiro título conquistado fora de solo nacional - e da Europa mas não foi além do quarto lugar.
Franklim Pais, Antonio Chambel, Paulo Almeida, Paulo Alves, Pedro Alves, Luís Ferreira, Vítor Fortunato, Vítor Hugo, Tó Neves e Rui Lopes despontavam na seleção portuguesa, orientada por António Livramento, que foi derrotada na disputa pelo terceiro posto pela Itália, depois de já ter sido superada pelos transalpinos na primeira fase.
A outra presença coletiva portuguesa pertence ao polo aquático, em Helsínquia1952, num torneio disputado por 21 países e em que a seleção portuguesa masculina ficou pela primeira fase preliminar, depois dos desaires frente ao Egito, por 10-0, e ao Brasil, por 6-2.
Em Tóquio2020, a seleção de andebol masculino, comandada por Paulo Jorge Pereira, vai voltar a tentar fazer história, depois das melhores classificações de sempre em Europeus e Mundiais, com o sexto e 10.º lugares, respetivamente, e do inédito apuramento olímpico.
“Vamos continuar a trabalhar, com ambição, e o limite é marcar presença nas fases finais das principais provas e bater de igual para igual com todas as seleções. O andebol é a primeira modalidade coletiva [de pavilhão] nos Jogos Olímpicos e isso é muito importante para nós mas também para o desporto nacional”, disse no domingo o presidente da Federação de Andebol de Portugal, Miguel Laranjeiro.