A balança comercial de Cabo Verde voltou a ser deficitária em 2020, em 583 milhões de euros, o melhor desempenho em quatro anos, melhorando 69 milhões de euros (-10,6%) face a 2019, devido às consequências da pandemia.
De acordo com o relatório provisório de Estatísticas do Comércio Externo de 2020, divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações cabo-verdianas caíram 16% face a 2019, para 5.101 milhões de escudos (46 milhões de euros), as importações desceram 11%, para 69.694 milhões de escudos (629,6 milhões de euros) e as reexportações derraparam 46,8%, para 14.973 milhões de escudos (135,2 milhões de euros).
Com este desempenho, a balança comercial voltou a ser negativa em 2020, em 64.593 milhões de escudos (583,5 milhões de euros), melhorando 10,6% face a 2019 e o melhor resultado anual, deficitário, desde 2016, segundo o histórico do INE.
Este desempenho é explicado com a forte quebra na procura interna devido à crise económica provocada pela pandemia de covid-19, que no último ano deixou o país sem turismo, atividade que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB), bem como pelos dois meses de estado de emergência no país (abril e maio), e as medidas restritivas internas para conter a transmissão da doença, limitando o funcionamento das atividades económicas.
O relatório do INE identifica que o continente europeu “continua a ser o principal fornecedor” de Cabo Verde, com 77,1% das importações, com Portugal a liderar, com o peso total para 47,7%, um aumento de 5,6 pontos percentuais face a 2019. Seguem-se na lista dos principais exportadores para Cabo Verde a Espanha (9,4%), China (7,5%) e Países Baixos (6,3%).
A Europa continua a ser igualmente o “principal cliente de Cabo Verde, absorvendo cerca de 93% do total das exportações”, numa tabela que, por país, é liderada por Espanha, com 63,4% do total das vendas cabo-verdianas ao exterior.
No ano de 2020, os produtos mais exportados por Cabo Verde foram os preparados e conservas de peixes (62,4%), peixes, crustáceos e moluscos (16,7%), e o vestuário (7,6%).