A Ordem dos Médicos defendeu hoje uma colaboração entre a tutela e todas as instituições para a criação uma campanha que recupere e mantenha a confiança nas vacinas, reiterando que o seu benefício “supera de forma clara” o risco.
Para Miguel Guimarães, esta é “uma fase especialmente crítica”, uma vez que o país continua a avançar nas várias fases de desconfinamento e em que a redução de doentes com covid-19 em enfermaria e em cuidados intensivos pode trazer aos cidadãos uma falsa sensação de segurança e de que a pandemia está ultrapassada.
Por estas razões, refere a Ordem dos Médicos em comunicado, o bastonário defende que a comunicação com a população desempenha um papel central e deve ser reforçada, clara e transparente.
“As notícias recentes, sobretudo pela forma como são transmitidas a nível internacional, têm levado a um debate sobre a confiança e eficácia nas vacinas que pode comprometer o sucesso do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19”, refere Miguel Guimarães em comunicado.
Para o bastonário dos médicos, “é muito importante que a tutela e todas as instituições colaborem no sentido de criar uma campanha para recuperar e manter a confiança nas vacinas”.
Miguel Guimarães lembra que as vacinas contra a covid-19 aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento são seguras, com um número de reações adversas semelhante entre elas, e têm contribuído para proteger os cidadãos até agora vacinados, desde os médicos e outros profissionais de saúde, aos idosos ou pessoas com doenças crónicas.
“A vacinação é um ato de proteção individual, que nos permite pouco a pouco retomar o contacto com as nossas famílias e amigos, mas sempre de forma protegida com máscara, distanciamento e higiene das mãos. É também crítica para atingirmos a imunidade coletiva. Vencer a Covid-19 depende de todos nós”, defende no comunicado.
O bastonário sublinha ainda que “as reações adversas reportadas pelas três vacinas em uso em Portugal têm uma incidência bastante baixa e muitas estavam até identificadas nos ensaios clínicos realizados”.
“O benefício das vacinas supera de forma clara e inequívoca o risco”, asseguram considerando ser “indispensável manter uma rigorosa fármaco-vigilância, registar todos os potenciais efeitos adversos e manter a confiança total dos cidadãos na imunização. Estamos todos atentos à evidência científica”.
Segundo dados da Direção-Geral da Saúde, já foram administradas em Portugal, 2.121.998 doses de vacinas, das quais 601.007 são segundas doses.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.929.563 mortos no mundo, resultantes de mais de 135,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.916 pessoas dos 827.494 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.