A SAD do FC Porto antecipa para «os primeiros dias do mês de maio» a liquidação do empréstimo obrigacionista de 35 milhões de euros, mantendo para junho o reembolso da outra emissão de igual valor, foi hoje anunciado.
Em causa está a emissão das obrigações FC Porto SAD 2017/20, com uma taxa de juro de 4,25 por cento, cuja data de reembolso inicial era de 09 de junho de 2020, mas que “devido ao forte impacto da pandemia de covid-19” levou ao seu adiamento por ano.
O administrador Fernando Gomes anunciou ainda que o FC Porto irá voltar ao mercado para financiamento com uma nova emissão de obrigações no montante de 35 ME, a uma taxa pretendida de 4,75, mas que aguarda validação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Para junho, vence um segundo empréstimo obrigacionista também de 35 ME.
“Nos próximos dias, nos primeiros dias do mês de maio, vamos pagar 35 milhões. Pagamos primeiro e depois vamos ao mercado lançar um novo empréstimo obrigacionista, com uma taxa de juro que vai ser incrementada”, disse em conferência de imprensa Fernando Gomes.
O administrador portista referiu que o novo empréstimo obrigacionista, a três anos, “vai ter uma espécie de compensação para os que aguentaram mais um ano”, relacionado com o pretendido aumento da taxa de juro de 4,25 para 4,75 por cento.
“Isto acontecerá nos primeiros dias de maio. Não posso dizer exatamente a data, porque a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários está neste momento a aprovar o prospeto e saberemos dentro de dias”, acrescentou o administrador Fernando Gomes.
Fernando Gomes destacou que a administração portista conseguiu “congregar os meios financeiros necessários para pagar os 35 ME que foram adiados um ano” – decisão tomada em assembleia -, “com a banca nacional fechada para este tipo de apoios”.
“Nessa assembleia geral obrigacionistas foi decidido que se o FC Porto tivesse condições para pagar antes do dia 09 de junho de 2021 podia antecipar e é isso que nós vamos querer fazer”, adiantou o responsável financeiro dos ‘dragões’.
O administrador portista considerou que os empréstimos obrigacionistas, na ordem dos 70 ME (divididos por dois de 35 ME), constituem mecanismos “indispensáveis para manter a estabilidade financeira” e permitem ao clube” cumprir com as obrigações sem sobressaltos”.
Fernando Gomes quantificou ainda em 27 ME de prejuízo por época a ausência de público, devido à pandemia de covid-19, e acredita que “estão criadas as condições para que o FC Porto possa terminar este ano com os constrangimentos impostos pelas regras do ‘fair-pay’ financeiro da UEFA”.
O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, contestou ainda a falta de apoios estatais ao futebol (face à pandemia), que “é uma indústria que enche os cofres do estado”, e pediu ao Governo, “ao menos”, o pagamento do IVA do ano passado, de cerca de 4,7 ME.