O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, afirmou hoje que «é preciso defender o modelo europeu de desporto», em referência ao projeto de criação de uma Superliga europeia por 12 clubes.
“Eu oponho-me a que o futebol seja apenas acessível aos ricos, o desporto tem de ser para toda a gente”, lê-se numa mensagem publicada por Sassoli na sua conta oficial na rede social Twitter.
O presidente do Parlamento Europeu reagia assim ao anúncio, por 12 clubes europeu, do projeto de uma Superliga Europeia.
A Comissão Europeia também já reagiu ao projeto, apelando a que os “desporto e as competições desportivas” sejam organizadas de maneira a serem “abertas a participantes".
“Os desportos e as competições devem ser organizadas de uma maneira que seja aberta a participantes, a clubes participantes, e que garanta a solidariedade dos níveis de topo aos mais baixos, para que todos tenham a oportunidade de participar”, disse o porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, durante a conferência de imprensa diária do executivo comunitário.
No domingo, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham, treinado pelo português José Mourinho, “uniram-se na qualidade de clubes fundadores” da Superliga, indica um comunicado enviado à AFP.
“A época inaugural (...) iniciar-se-á o mais brevemente possível”, informam os subscritores do comunicado, sem precisar qualquer data, adiantando que a nova competição pretende “gerar recursos suplementares para toda a pirâmide do futebol”.
Os promotores da Superliga adiantam que a prova será disputada por 20 clubes, pois, aos 15 fundadores – apesar de terem sido anunciados apenas 12 -, juntar-se-ão mais cinco clubes, qualificados anualmente, com base no desempenho da época anterior.
A época arrancará em agosto, com dois grupos de 10 equipas e os jogos, em casa e fora, serão realizados a meio da semana, mas todos os clubes participantes continuarão a disputar as respetivas ligas nacionais.
O comunicado dos 12 clubes surge no mesmo dia em que a UEFA reafirmou que excluirá os clubes que integrem uma eventual Superliga europeia de futebol, e que tomará “todas as medidas necessárias, a nível judicial e desportivo” para inviabilizar a criação de um “projeto cínico”.
Na luta contra a pretensão de alguns dos mais poderosos clubes da Europa, a UEFA disse contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.