O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, assegurou hoje que o Governo português acompanha as autoridades desportivas na «recusa liminar» da criação «elitista» de uma nova Superliga de futebol.
"O Governo acompanha as autoridades nacionais de futebol, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Liga Portugal (LPFP), e acompanha também as autoridades europeias, na recusa completa dessa iniciativa de um grupo elitista de clubes, que acaba por lançar uma nova competição que não está baseada na meritocracia, não está baseada nos princípios elementares do desporto e vem pôr em causa a função social do futebol e do desporto (...). Nesse sentido, acompanhamos as autoridades desportivas nacionais e internacionais na recusa liminar dessa competição", disse.
À margem de uma visita ao Colégio Moderno, em Lisboa, Tiago Brandão Rodrigues revelou que tem estado a falar com o presidente da FPF, Fernando Gomes, e com outras autoridades desportivas sobre o tema.
"É muito clara a posição de Portugal, assim como tem sido muito clara a posição de muitos clubes, de muitos agentes desportivos e muitos governos nacionais, assim como aconteceu com a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu", referiu.
Para o governante, esta Superliga, uma "competição elitista", "vem pôr em causa os princípios básicos do desporto e o próprio futuro do futebol".
"Subsidiariamente sabemos de outros desportos, sobretudo de modalidades coletivas, mas também individuais, que acabam por se basear em grandes clubes, onde a atividade do futebol profissional é muitas vezes geradora de recursos para que todo o trabalho da formação possa acontecer", afirmou.
No domingo, 18 de abril, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham anunciaram a criação da Superliga europeia, à revelia de UEFA, federações nacionais e vários outros clubes.
A competição vai ser disputada por 20 clubes, 15 dos quais fundadores – apesar de só terem sido revelados 12 – e outros cinco, qualificados anualmente.
A UEFA anunciou que vai excluir todos os clubes que integrem a Superliga, assegurando contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.
Entretanto, o organismo que rege o futebol europeu anunciou o alargamento da Liga dos Campeões de 32 para 36 clubes, a partir de 2024/25, numa liga única, com cinco jogos em casa e outros tantos fora.