O Presidente cabo-verdiano destacou hoje o papel dos mais de mil enfermeiros do país no combate à pandemia de covid-19, mas admitiu que a classe ainda enfrenta vários desafios, como o enquadramento dos licenciados e a aposta na especialização.
Na mensagem divulgada pelo chefe de Estado a propósito do Dia Mundial do Enfermeiro, que se assinala hoje, Jorge Carlos Fonseca destacou a importância destes profissionais no atual “contexto de profunda crise pandémica”, que tem registado recordes diários de novos casos de covid-19, sobretudo na Praia, nas últimas semanas.
“Agradeço e felicito os profissionais de enfermagem que, no seu quotidiano, sofrem connosco, mas acima de tudo, na linha da frente, nos ajudam a construir os caminhos que, seguramente, com determinação, responsabilidade e sabedoria, nos conduzirá a um porto seguro”, afirmou o Presidente da República.
Para o chefe de Estado, o percurso dos enfermeiros em Cabo Verde teve um impulso determinante através das escolas de enfermagem, “fundadas e dirigidas” por profissionais “de renome”, que permitiram a “perpetuação das nobres tradições da classe e de abertura ao conhecimento”.
“Os enfermeiros, hoje mais de um milhar, continuam a ser pedra angular do nosso sistema de saúde e, nessa condição, enfrentam novos desafios em termos de conhecimento, inovação e prestação de cuidados de saúde cada vez mais diversificados e complexos”, apontou.
O chefe de Estado acrescentou que “para fazer face” às novas exigências e demandas, a formação de enfermagem em Cabo Verde evoluiu nos últimos anos “de forma significativa, acompanhando a tendência, que tende a ser universal, que é a criação da licenciatura e da pós-graduação em enfermagem”.
“Calcula-se que mais de 90% dos enfermeiros já são licenciados o que representa um importantíssimo salto de qualidade. Um outro elemento que atesta a dinâmica e importância da classe é a criação da Ordem de Enfermeiros que se encontra em regime de instalação”, destacou.
Na mensagem, Jorge Carlos Fonseca também reconheceu que “são, ainda, muitos os desafios a enfrentar” pelos enfermeiros em Cabo Verde, como o processo de enquadramento de enfermeiros licenciados, bem como o incentivo à especialização e à pesquisa, “que, seguramente, contarão com a determinação e capacidade de diálogo da classe”.
“A trajetória dos enfermeiros e enfermeiras cabo-verdianos, que sempre tiveram um papel determinante no desenvolvimento do sistema de saúde, parece inspirar-se na intrepidez da fundadora da Enfermagem moderna. O espírito da classe forjou-se em contextos de elevadíssimas dificuldades”, recordou.
“Assim foi na época colonial, durante a qual o número de médicos era ínfimo e as estruturas de saúde bastante precárias e, logo após a independência, altura em que o país contava apenas com 13 abnegados médicos”, frisou.
Jorge Carlos Fonseca reforçou a importância da profissão no arquipélago, pelo facto de muitos enfermeiros cabo-verdianos terem ficado “célebres entre as populações das diferentes ilhas e regiões do país, pela sua dedicação à nobre profissão”.
“São muitos os enfermeiros que têm escrito com a sabedoria, entrega e coragem, a história do sistema de saúde de Cabo Verde e por isso, com muita justiça, já foram chamados de espinha vertebral do sistema”, disse ainda.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.319.512 mortos no mundo, resultantes de mais de 159,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.