Os clubes portugueses precisam de se aproximarem nos próximos meses e trabalhar em conjunto para ultrapassarem os prejuízos causados ao futebol português pela pandemia de covid-19, considerou hoje o administrador da Benfica SAD, Domingos Soares de Oliveira.
"Os clubes têm de trabalhar muito mais juntos. Por várias questões, até questões de personalidades, os clubes têm dificuldade em cooperar", lançou o responsável durante a conferência Sports Talks, organizada pela Nova School of Business & Economics (Nova SBE).
Segundo Soares de Oliveira, esse esforço de aproximação é ainda mais importante "agora, depois do impacto da pandemia, que foi sentida por todos, uns mais do que outros, mas que atingiu todos", pelo que é necessário "trabalhar em conjunto para proteger o investimento desta indústria".
Questionado sobre o projeto falhado da Superliga europeia, o dirigente ‘encarnado’ realçou que "o Benfica é completamente contra esta Superliga, que foi preparada sem que o resto da indústria soubesse do que estava a acontecer", acrescentando que "não foram 12 iluminados que apareceram com uma solução" viável para o futebol europeu.
Soares de Oliveira sublinhou que "o projeto da Superliga está em discussão há mais de 20 anos, não é novo", mas que "havia uma discussão aberta no seio da Associação Europeia de Clubes (ECA), em conjunto com a UEFA".
Ainda assim, o responsável vincou que "não se pode simplesmente dizer que [o projeto da Superliga] é uma vergonha, há que perceber qual é o ‘mindset' dos proprietários dos clubes", realçando que "muitos são americanos" e que "para eles o que é importante é olhar para o negócio, e não tanto para o lado desportivo".
Guilherme Müller, diretor geral da Estoril Praia SAD, e Tiago Lopes, presidente executivo do Casa Pia, também participaram neste debate promovido pela Nova SBE.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.306.037 mortos no mundo, resultantes de mais de 158,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.