A Deco apelou hoje à Comissão Europeia, Parlamento Europeu e Estados-membros para que garantam que o Certificado Verde Digital, que permitirá durante a pandemia retomar a circulação livre na Europa, seja usado de forma eficaz e sem discriminar cidadãos.
Em comunicado, a associação de defesa do consumidor sublinhou que ter de se pagar dezenas de euros por um teste à covid-19 para obter um Certificado Verde Digital “cria desigualdade em relação a quem já foi vacinado gratuitamente no Serviço Nacional de Saúde ou recuperou da doença”.
Para evitar esta desigualdade, a Deco Proteste defendeu que, “no mínimo, os testes devem ser oferecidos enquanto não houver a oportunidade de todos os cidadãos serem vacinados”.
Em meados de março, o executivo comunitário apresentou uma proposta legislativa para a criação deste certificado digital para comprovar a vacinação, testagem ou recuperação da covid-19, um documento bilingue e com um código QR que deve entrar em vigor até junho para permitir a retoma da livre circulação na UE no verão.
No comunicado, a Deco Proteste apelou também aos Estados-membros para que não acrescentem nenhum outro requisito nas viagens, como quarentenas ou testes extras, considerando que isso “enfraqueceria a eficácia do certificado”.
“As situações limitadas em que se possam considerar requisitos extra devem basear-se em pareceres científicos e, ainda assim, sem qualquer discriminação de cidadãos que ainda não foram vacinados”, sublinhou.
Considerou ainda fundamental que a Comissão Europeia e os Estados-membros se esforcem para reabrir as fronteiras em conjunto, “de forma alinhada e o mais eficaz possível, evitando situações em que os cidadãos tenham de cumprir diferentes medidas consoante o país para onde viajem dentro da União Europeia”.
“As restrições à livre circulação só podem ser toleradas na medida em que são necessárias, eficazes, proporcionais e temporárias. Por essa razão, o requisito de mostrar um Certificado Verde Digital para cruzar uma fronteira deve ser constantemente reavaliado consoante a evolução da situação sanitária”, acrescenta.
A associação de defesa do consumidor disse ainda que apoia a existência deste certificado, que a opção de ser digital ou em papel “é uma medida inclusiva” e lembrou que existe o compromisso de “respeitar as regras de proteção de dados e de garantir um alto nível de segurança das informações pessoais”.