O Governo vai apoiar a reestruturação dos créditos sob moratória nos setores mais afetados pela pandemia, prestando garantia de Estado sobre parte da dívida para «incentivar» os bancos a estenderem a maturidade e concederem «alguma carência».
“O Governo está a trabalhar num programa de apoio à reestruturação desta dívida ou, se quiserem, ao seu refinanciamento. O que precisamos de assegurar é que a dívida gerada antes da pandemia da covid-19, nestes setores mais afetados, pode ser reembolsada num prazo mais largo e pode ter alguma carência de reembolso de capital no primeiro ano ou dois”, explicou hoje o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital.
Falando durante a apresentação do Plano Reativar o Turismo|Construir o Futuro, Pedro Siza Vieira salientou que “isto exige um trabalho com o setor bancário e exige, por parte do Governo, a capacidade de aportar algum nível de garantias a esta dívida, que vai ser mais longa”.
“O Governo está preparado para garantir uma parte desta dívida quando ocorra este refinanciamento”, disse, explicando que objetivo é “criar um incentivo positivo para que o setor bancário faça isto, mas também que as empresas não sofram consequências adversas na sua capacidade de financiamento”.
Avançando que a intenção é “fazer isto para todos os setores afetados”, o ministro considerou que “o setor do turismo, particularmente em áreas como o alojamento, é onde esta matéria tem mais significado e, portanto, vai precisar de mais apoio”.
Ainda assim, Siza Vieira afirmou-se convicto de que “a maior parte das empresas que recorreram às moratórias bancárias [que atualmente somam um total de 24.000 milhões de euros] tem, neste momento, condições de retomar o serviço da dívida que tinha antes do início das moratórias, sem necessidades de apoios especiais”.
A exceção são “alguns setores que foram particularmente afetados pela pandemia” – a quebra da receita turística de 60% “é um excelente exemplo”, disse - e que “provavelmente vão, também, ter uma retoma mais lenta”.
Por isso mesmo, admitiu, “as receitas que vão ter e os resultados que vão gerar não lhes vão permitir retomar já o ritmo de reembolso de dívida que tinham assumido antes da pandemia”.