O treinador do Sporting de Braga, Carlos Carvalhal, agradeceu hoje aos seus jogadores terem-no ajudado a conquistar a Taça de Portugal de futebol, no domingo, frente ao Benfica (2-0) e, assim, "cumprir um sonho de menino".
"Há treinadores que sonham ganhar a ‘Champions', eu tinha o sonho de ganhar algo de importante pelo Sporting de Braga. Sou um homem completamente realizado e devo isto a vocês todos [‘staff'] e muito aos jogadores que perseguiram a ideia. O todo foi muito mais do que as partes, não houve um único problema e foram de uma dedicação tremenda. Cumpri um sonho de menino e, se tivesse de terminar a minha carreira hoje, sentia-me realizadíssimo", afirmou.
O treinador, que falava durante a homenagem que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, na Câmara Municipal de Braga, à equipa que conquistou no domingo a Taça de Portugal, após vitória por 2-0 sobre o Benfica, destacou ainda a importância desta conquista.
"O Sporting de Braga está em crescimento, mas não tem 40 Taças, esta é a terceira. É este o caminho para o sucesso, é necessário dar passos sustentados para chegar e a obra feita por António Salvador tem sido excecional", disse.
Carlos Carvalhal secundou o presidente ‘arsenalista' na análise feita após o jogo: "como disse o presidente e bem, o Braga estará num patamar acima quando tiver um orçamento de 50 por cento dos denominados grandes e tiver 20 mil pessoas em todos os jogos".
Já António Salvador saudou a conquista "num ano de centenário, num ano difícil, pandémico", em que os adeptos não puderam comemorar com a equipa, e destacou os jogadores - "os heróis desta conquista".
O presidente ‘arsenalista' deixou ainda uma palavra especial de agradecimento para Carlos Carvalhal.
"Era o que eu pretendia: um treinador da casa, com paixão pelo clube, que viesse para ganhar e trabalhar de uma forma apaixonada e que não viesse para cá para se mostrar, conseguir ganhar algo e projetar-se para outros patamares, como muitos daqueles que por cá têm passado. Você é daqueles que veio e veio para ficar", referiu.
Salvador considerou que esta foi uma "época extraordinária" para o Sporting de Braga, "apesar da parte final do campeonato não ter corrido tão bem", tendo elencado as várias lesões de alguns jogadores importantes como um dos principais motivos para essa quebra.
"Há quatro anos, disse que queríamos ser campeões até ao centenário, mas nunca prometi nada. Foi a Taça de Portugal, a taça do povo, a taça dos adeptos, a prova rainha que todos os adeptos gostariam de estar a festejar", disse.
O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, salientou que esta não foi "uma conquista qualquer, mas uma das provas mais emblemáticas do futebol português" e destacou a ascensão do clube, sobretudo na última década, notando que este "não é um caso avulso".
"O Sporting de Braga tem tido um crescimento muito sustentado, é a afirmação de uma grande equipa de um verdadeiro grande do futebol nacional, que, a cada época que passa, é mais candidato à conquista de todos os troféus", disse.
Ricardo Rio fez questão de homenagear o "líder máximo" da estrutura, António Salvador, por ter alavancado o clube "para outros patamares de ambição: só falta fazer o que ainda não foi feito: a Supertaça [em agosto] e, tão cedo quanto possível, o campeonato nacional".
A cerimónia decorreu sem a presença de adeptos na praça defronte do edifício da câmara municipal, tendo as autoridades vedado o acesso nas ruas circundantes, para impedir ajuntamentos por causa da pandemia de covid-19.