O primeiro-ministro considera que se está a assistir a uma recuperação heterogénea dos diversos setores de atividade do país e salienta que a pandemia da covid-19 acelerou a dinâmica de digitalização das empresas portuguesas.
Estas posições foram transmitidas por António Costa numa mensagem vídeo pré-gravada que enviou hoje para a sessão de abertura da II Convenção Nacional dos Serviços - uma iniciativa da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal e do Fórum dos Serviços.
"Estamos a registar em 2021 uma recuperação heterogénea dos vários setores de atividade. Isso verifica-se mesmo dentro dos serviços", assinalou, sustentando depois que, após a crise provocada pela covid-19, abre-se agora "um novo horizonte de esperança" com o desenvolvimento do plano de vacinação e com a aplicação em breve do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Na sua mensagem, que se seguiu ao discurso do presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, o líder do executivo começou por observar que o setor dos serviços foi um dos mais atingidos pelas consequências da covid-19 e um dos que concentrou mais medidas de apoio desenhadas pelo Governo.
No entanto, na perspetiva de António Costa, mesmo dentro da fileira dos serviços, "houve segmentos que, felizmente, puderam fortalecer-se" ao longo do último ano.
Por exemplo, segundo o primeiro-ministro, os serviços relacionados com as atividades de informação e comunicação, "registaram um crescimento robusto de 6,7% do seu valor acrescentado bruto e de 11% do emprego no último trimestre do ano passado".
Por outro lado, indicou, "uma das dinâmicas que a pandemia veio acelerar foi a da digitalização".
"De acordo com os dados da Associação de Economia Digital, 60% das empresas portuguesas têm agora presença digital, quando em 2019 eram apenas 40%. E o comércio eletrónico cresceu mais de 60%", referiu.
António Costa disse em seguida que o Governo está consciente dos desafios que se colocam à maioria das empresas nacionais, até porque "a plena materialização das oportunidades da transição digital exige novas competências e novos modelos de negócio, ágeis e flexíveis".
"A rápida evolução tecnológica implica um esforço contínuo de adaptação dos operadores económicos para se manterem competitivos. Um desafio particularmente relevante para as micro e pequenas empresas, que tanto enriquecem o nosso ecossistema empresarial. Por isso mesmo, a transição digital das empresas contará com 650 milhões de euros no PRR nacional, com foco na modernização do trabalho e dos processos de produção, na mitigação do défice de competências em tecnologias digitais, na criação de novos canais digitais de comercialização e na adoção de uma cultura de inovação e experimentação", justificou.
Neste seu discurso, o líder do executivo deixou uma mensagem otimista sobre o futuro da economia portuguesa pós-covid-19.
"Estou certo de que retomaremos o caminho de convergência que vínhamos registando desde 2017. Essa recuperação terá um impacto positivo nos serviços, que, nas diferentes regiões, dinamizam os territórios e lhes dão vida, na medida que o setor dos serviços beneficia sempre da dinâmica dos outros setores e da procura por ela induzida", afirmou.
António Costa sustentou também que "os serviços assumem um papel central na economia nacional, com uma enorme versatilidade e potencial de crescimento".
"A relação afetiva dos portugueses com o setor foi bem visível nos momentos de reabertura da nossa economia, depois dos períodos de confinamento. A sua excelência é reconhecida também pelos investidores à escala global, o que nos tem permitido uma cada vez maior integração nas cadeias de valor internacionais, criando valor e emprego", acrescentou.