O Infarmed volta hoje a acolher uma reunião de peritos para avaliação da situação epidemiológica de covid-19 em Portugal, da qual se espera uma revisão dos critérios da matriz de risco que determina o ritmo do desconfinamento.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, a ministra da Saúde, Marta Temido, e os representantes de partidos voltam a reunir-se hoje com peritos sobre a evolução da pandemia em Portugal e novas regras a adotar no verão, num encontro no Infarmed, em Lisboa, com início marcado para as 10:00.
Esta será a primeira reunião entre políticos e especialistas desde que terminou o estado de emergência em 30 de abril.
Entre as várias intervenções previstas estão uma dedicada à “Atualização do Referencial Linhas Vermelhas”, por Andreia Leite, da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, a apresentação do “Plano de Redução das Medidas Restritivas de Controlo de covid-19”, por Raquel Duarte, da ARS Norte e Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto - um estudo pedido pelo Governo regras a aplicar para futuro para conter a covid-19, mas com o programa de vacinação já em fase avançada.
Será também feito um ponto de situação relativo ao plano de vacinação, pelo coordenador da ‘task force’, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo.
A revisão da matriz de risco é uma novidade esperada nesta reunião, depois de nas duas últimas semanas se ter assistido a um agravamento da situação epidemiológica, sobretudo na região de Lisboa, que vai entrar em situação de alerta no plano de desconfinamento em curso.
Na quinta-feira, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, adiantou que a matriz de risco passará a incluir critérios como a vacinação, o tipo de variantes do vírus e a pressão sobre os serviços hospitalares.
Na conferência de imprensa no final da reunião de Conselho de Ministros de quinta-feira, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, deixou o alerta de que o país se aproxima da zona amarela na atual matriz de risco, pedindo aos portugueses o reforço da prevenção.
A ministra remeteu para a reunião de peritos de hoje uma eventual alteração da matriz de risco e sublinhou que o facto de o Governo ter vindo a trabalhar sempre com a mesma matriz conferiu “estabilidade neste processo de desconfinamento”.
A atual matriz de risco é composta por dois critérios, o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus e a taxa de incidência de novos casos de covid-19 por cem mil habitantes a 14 dias, indicadores que têm servido de base à avaliação do Governo sobre o processo de alívio das restrições iniciado a 15 de março.
A propósito do tema, o Presidente da República defendeu na quarta-feira alterações à matriz de risco face à crescente taxa de imunidade da população portuguesa contra a covid-19.
Portugal vai receber mais de 1,4 milhões de vacinas contra a covid-19 nesta e na próxima semana, que permitirão acelerar o processo de vacinação de três escalões etários em paralelo.
Segundo Gouveia e Melo, Portugal está próximo de concluir a vacinação com pelo menos uma dose dos maiores de 60 anos, as faixas etárias que representam 96% das mortes e internamentos por covid-19.
Segundo a `task force´, cumprido este objetivo e tendo em conta as vacinas disponíveis, a “prioridade passou por vacinar, de forma o mais equitativamente possível entre administrações regionais de saúde”, o maior número de pessoas de diferentes faixas etárias.
A `task force´ pretende, na semana de 06 de junho, começar a vacinar a faixa etária dos 40 aos 49 anos e, na semana de 20 de junho, o grupo dos 30 aos 39.