A pandemia covid-19 está a agravar-se em África, com o número de infeções a crescer e países perto de uma terceira vaga, adiantou hoje o diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).
Durante uma intervenção no primeiro dia do do início do Ibrahim Governance Weekend 2021, promovido pela Fundação Mo Ibrahim, John Nkengasong disse que entre a semana passada e esta semana houve um aumento médio de cerca de 14% de casos em todo o continente.
Segundo o virologista, existem dois grupos de países, um de países que "estão a avançar lentamente em direção à terceira onda” e outro de países que “têm estado a lutar para diminuir a segunda onda”.
O responsável disse que algumas medidas adoptadas permitiram evitar que o continente fosse “devastado na dimensão inicialmente prevista” e que muitos africanos desenvolveram imunidade, evitando uma taxa elevada de mortalidade.
“Sabemos com certeza que muito mais pessoas do que 4,8 milhões [de casos] relatados foram expostas ao vírus”, afirmou o diretor do África CDC.
Atualmente estima-se que 130.000 africanos tenham morrido de SARS-CoV-2, embora muitos países não tenham um sistema fiável de registo de óbitos.
“Mesmo se subestimarmos a taxa de mortalidade, que agora é cerca de cerca de 130 mil, multiplicando por quatro, na verdade, não reflete uma pandemia devastadora em termos de mortalidade no continente”, argumentou Nkengasong.
O Ibrahim Governance Weekend 2021 decorre num formato digital entre quinta-feira e sábado.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.693.717 mortos no mundo, resultantes de mais de 171,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.029 pessoas dos 851.031 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.