O ministro da Saúde de Moçambique anunciou hoje a criação de uma plataforma composta pelo Governo e por empresas do setor privado para a aquisição de mais vacinas contra covid-19, no âmbito dos esforços do país para travar a pandemia.
Trata-se de uma "plataforma comum, envolvendo empresas do setor privado e o Governo, para aquisição coletiva de vacinas", explicou Armindo Tiago, durante uma conferência de imprensa na Presidência da República, momentos após uma sessão do Conselho de Ministros de Moçambique.
Segundo o governante, até 31 de maio, pelo menos 350 empresas estavam envolvidas na iniciativa e as contribuições arrecadadas eram suficientes para a aquisição de cerca de 500 mil doses de vacinas.
"Destas 500 mil doses, 120 mil doses seriam para ser utilizadas pelo Governo e as remanescentes distribuídas as empresas", declarou Armindo Tiago.
Até ao fim deste ano, as autoridades moçambicanas esperam receber cerca de seis milhões de vacinas contra o novo coronavírus, num plano que ambiciona abranger 16 milhões de pessoas até ao próximo ano, segundo o Ministério da Saúde, que admite, no entanto, dificuldades devido à grande procura.
O plano de imunização será feito com o apoio do mecanismo Covax, através do qual Moçambique vai cobrir 20% da população, e o mecanismo complementar de aquisição direta que irá cobrir o restante.
O ministro da Saúde de Moçambique reiterou a necessidade de a população reforçar as medidas de prevenção face a uma eventual terceira vaga, considerando que as autoridades já têm elaborado um plano de resposta.
"A terceira vaga resulta ser mais severa em termos de números de casos, de internamentos e de óbitos", alertou o governante.
Desde a declaração da pandemia, em março, Moçambique tem um total acumulado de 839 mortos e 71.165 casos, dos quais 97% recuperados da doença, segundo os números oficiais.