Cabo Verde importou o equivalente a 166 mil euros por dia em combustíveis em 2020, menos 26% face a 2019, mas o volume dessas compras já aumentou nos primeiros três meses deste ano.
De acordo com dados do Banco de Cabo Verde (BCV) compilados hoje pela Lusa sobre as importações nacionais, o país comprou ao exterior em 2020 pouco mais de 6.793 milhões de escudos (61 milhões de euros) em combustíveis de vários tipos, contra os 9.164 milhões de escudos (82,3 milhões de euros) em 2019.
De 2019 para 2020, com a economia a crescer mais de 5%, a importação de combustíveis por Cabo Verde aumentou mais de 1%.
Contudo, essa importação de combustíveis caiu para o equivalente a 166 mil euros por dia em 2020.
Os dois meses de estado de emergência, em abril e maio de 2020, com confinamento generalizado da população e restrições à circulação, e o encerramento do arquipélago a voos internacionais de março a outubro, para conter a transmissão da pandemia de covid-19, explicam a quebra de 26% nestas importações no espaço de um ano.
Contudo, segundo os mesmos dados do BCV, nos três primeiros meses de 2021 a importação de combustíveis por Cabo Verde já aumentou, somando 1.704 milhões de escudos (15,3 milhões de euros), numa média equivalente a mais de 168 mil euros por dia.
Comentando anteriormente a situação económica do arquipélago, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, afirmou que, apesar de acreditar que a introdução da vacinação contra a covid-19 nos mercados emissores de turistas para Cabo Verde transmita “confiança” aos consumidores, a retoma económica será “muito lenta ainda em 2021”.
Cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde depende do turismo, mas o setor está praticamente parado desde meados de março de 2020, com o início da aplicação das medidas restritivas para travar a transmissão da pandemia de covid-19, com o encerramento do arquipélago a ligações aéreas internacionais, que só foram retomadas em outubro.
A quebra nas receitas fiscais com o turismo, bem como o aumento das despesas do Estado com apoios sociais, às empresas e no reforço da saúde, para travar a pandemia, provocaram uma recessão económica de 14,8% em 2020, admitindo o Governo um crescimento acima de 3% do PIB em 2021, dependente da retoma do turismo.