A Suíça afastou a campeã mundial em título França nos oitavos de final do Euro2020 de futebol, ao prevalecer nos penáltis (5-4), após recuperar de dois golos de desvantagem no tempo regulamentar, para empatar 3-3, em Bucareste.
O ‘herói’ dos helvéticos, que nunca tinham chegado aos ‘quartos’ e vão ter pela frente a Espanha, acabou por ser o guarda-redes Yann Sommer, ao parar o último pontapé do desempate, apontado por Kylian Mbappé, que viveu uma noite desastrada.
Se foi o dono da baliza do Borussia Mönchengladbach, de 32 anos, a sair em ‘ombros’, durante muitos minutos esse ‘título’ parecia destinado ao guarda-redes Hugo Lloris, que, aos 55 minutos, relançou a França, ao deter um penálti que daria o 2-0 à Suíça.
Depois do benfiquista Haris Seferovic inaugurar o marcador, aos 15 minutos, com o golo 800 em fases finais do Europeu, Ricardo Rodríguez teve a oportunidade de dobrar a liderança dos helvéticos, mas não logrou bater o guarda-redes do Tottenham.
A França animou e deu a volta ao jogo, com dois golos de ‘rajada’ de Karim Benzema (57 e 59 minutos) e um de Paul Pogba (75), tão magnífico como a sua exibição, mas, quando tudo parecia decidido, Seferovic ‘bisou’ (81) e ‘ressuscitou’ os helvéticos.
Entrado para o lugar de Shaqiri, seria Mario Gravanovic a forçar o prolongamento, com um remate forte e colocado, que entrou junto do poste direito de Lloris, já aos 90 minutos.
No tempo extra, a França criou várias ocasiões para fazer o quarto golo, mas, já sem Griezmann (saiu aos 88 minutos) e Benzema (saiu aos 94) e com Mbappé desastrado, não o conseguiu e, depois, caiu nos penáltis. Os dois finalistas de 2016 estão fora.
A França, como novidade, e a Suíça entraram ambas em 3-4-1-2, com três centrais, dois laterais adiantados – Rabiot na esquerda dos gauleses, desfalcados de Lucas Hernández e Digne – e um ‘cérebro’ (Griezmann e Shaqiri) nas costas dos dois avançados.
As arrancadas de Mbappé pautaram o início do jogo, mas, aos 15 minutos, no primeiro ataque perigoso, foi a Suíça a marcar primeiro, com Zuber a centrar da esquerda e, no meio da área, Seferovic a ganhar de cabeça e a desviar a bola de Lloris.
Em desvantagem, a França lançou-se em busca do empate, mas, até ao intervalo, raramente conseguiu incomodar Sommer, com Mbappé a ser o mais rematador, mas sempre sem pontaria.
Para a segunda parte, Deschamps abdicou de um dos centrais (Lenglet) e lançou o ‘velocista’ Coman, mas, logo aos 55 minutos, a Suíça teve enorme oportunidade para aumentar a vantagem, após falta na área de Pavard sobre Zuber.
Ricardo Rodríguez foi o jogador chamado a bater o castigo máximo e falhou, culpa também de Lloris, que se atirou para o lado direito e logrou a defesa. Esta jogada marcou os minutos seguintes, já que animou a França e abateu a Suíça.
Dois minutos volvidos, Benzema recebeu um passe na zona frontal de Mbappé, dominou a bola com dificuldade, mas com classe, e depois fê-la sobrevoar Sommer, para a igualdade.
Ainda a festejar, a França voltou a faturar dois minutos volvidos, já que, aos 59, Benzema ‘bisou’, desta vez de cabeça, ao segundo poste, depois de um centro da esquerda de Griezmann, lançado por Mbappé.
A França estava claramente por cima no encontro e foi sem grande surpresa que chegou ao terceiro golo, aos 75 minutos, num monumental pontapé de Pogba, fora da área, com a bola a entrar junto ao ângulo superior esquerdo de um ‘impotente’ Sommer.
O encontro parecia decidido, mas, seis minutos depois, Seferovic voltou a marcar de cabeça, com novo remate fora do alcance de Lloris, depois de se impor entre os centrais gauleses, em resposta a um centro da direita de Mbabu.
Aos 85 minutos, Gavranovic, que havia substituído Shaqiri, marcou, mas em fora de jogo, para, aos 90, restabelecer mesmo a igualdade, com um grande tiro à entrada da área, colocando a bola junto ao poste direito, após passe de Xhaka.
O prolongamento afigurava-se agora como inevitável, mas quase não aconteceu, pois, aos 90+4 minutos, Coman dominou no peito na área e, com Sommer batido, atirou à barra.
Na primeira parte do tempo extra, Pavard teve uma grande oportunidade para recolocar a França no comando, mas Sommer respondeu com grande defesa, aos 95 minutos.
Os gauleses, sempre liderados por Pobga, continuaram por cima na segunda parte, mas Mbappé continuou desastrado a finalizar, nomeadamente aos 109 e 110 minutos, e, aos 114, ainda fez de defesa helvético, parando um remate de Giroud.
O encontro decidiu-se, assim, nas grandes penalidades e, ao contrário do que sucedeu no tempo regulamente, desta vez Lloris não defendeu nenhuma, enquanto Sommer parou a última, de Mbappé, que viveu uma das piores noites da carreira.