O Governo russo registou 679 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas, um recorde pelo quarto dia consecutivo numa altura em que o país é fortemente atingido pela variante Delta.
A Rússia registou ainda 23.218 novos casos, o maior número desde meados de janeiro, quando o país emergia de uma segunda vaga mortal.
A capital, Moscovo, principal foco da epidemia, e a segunda cidade do país, São Petersburgo, registaram 112 e 101 mortes, respetivamente, nas últimas 24 horas.
Porém, as autoridades mantiveram a realização dos quartos de final do Euro2020 de futebol, que opõe a Espanha e a Suíça, na sexta-feira em São Petersburgo, reunindo milhares de adeptos, principalmente estrangeiros.
A pandemia de covid-19 ressurgiu desde meados de junho na Rússia, perante uma lenta campanha de vacinação.
Até agora, a campanha convenceu apenas 23,6 dos 146 milhões de habitantes, cerca de 16% da população, enquanto os restantes continuam a desconfiar das vacinas nacionais.
Em várias regiões, incluindo Moscovo, as autoridades tomaram medidas para incentivar os russos a serem vacinados, como por exemplo, a introdução de um passe sanitário para ir aos restaurantes da capital.
A agência francesa France-Presse observou longas filas num posto de vacinação num centro comercial de Moscovo hoje de manhã, com mais de 100 pessoas à espera da sua dose.
A capital lançou também uma campanha de revacinação na quinta-feira para aqueles que receberam as duas primeiras doses há mais de seis meses, para receberem uma terceira injeção para fortalecer defesas contra novas variantes.
O Ministério da Saúde russo indicou que esta revacinação é recomendada até que o país atinja a imunidade coletiva.
A partir daí, será possível passar para uma “revacinação de rotina” a cada 12 meses, como acontece com a gripe sazonal.
O Presidente russo, Vladimir Putin, voltou a convocar os concidadãos a serem vacinados, pedindo para que “ouçam os especialistas” e não os rumores sobre a covid-19, enquanto se mantém contra a obrigatoriedade de vacinação a nível nacional.
O Kremlin, que admitiu que não conseguirá atingir a meta de ter 60% da população vacinada até agosto, recusa por enquanto qualquer confinamento nacional para preservar a frágil economia.
Em todo o país, a pandemia totalizou mais de 5,5 milhões de infetados e 136.565 mortes, segundo os dados oficias.
Por seu lado, agência de estatísticas Rosstat, que tem uma definição mais ampla de mortes relacionadas com o novo coronavírus, registou 270.000 mortes no final de abril.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.949.567 mortos no mundo, resultantes de mais de 182,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.