O ex-guarda-redes de futebol do Benfica Robert Enke, atropelado mortalmente segunda-feira, deixou uma carta de suicídio, segundo um porta-voz da polícia de Hannover, Alemanha.
“Confirmo a existência de uma carta de despedida, mas não posso revelar o seu conteúdo, em atenção à família e à memória de Robert Enke”, disse Stefan Wittke, em declarações ao canal alemão de notícias n-tv.
Wittke recusou-se também a dizer o local onde a carta foi encontrada, mas sublinhou que a polícia “tem muito boas razões para crer que se tratou de um suicídio”.
Enke parou o carro na passagem de via férrea em Neustadtam Ruebenberge, na localidade de Eilvese, a cerca de quatro quilómetros de sua casa, nas imediações de Hannover, e caminhou centenas de metros pelos trilhos até ser colhido por uma composição, tendo morte imediata, revelou a polícia alemã.
Os motivos para ter posto termo à vida continuam por esclarecer, mas tinha sido entretanto marcada uma conferência de imprensa para o princípio da tarde na sede do Hannover96, actual clube do malogrado guarda-redes.
Centenas de adeptos, jogadores e dirigentes fizeram uma vigília durante a noite e a madrugada junto à sede e ao estádio do clube da Baixa-Saxónia, em memória do seu ídolo.
Ao fim da tarde, haverá também um cortejo fúnebre pelas ruas do centro de Hannover para homenagear Enke, que deixa mulher e uma filha adoptiva de oito meses.
A chanceler alemã, Angela Merkel, enviou uma carta de pesâmes à viúva de Enke. A informação foi dada por um dos porta-voz do governo germânico, Christoph Steegmanns, que não quis dar detalhes sobre o conteúdo da missiva.
''Trata-se de uma carta muito pessoal, que se deve manter no âmbito privado'', afirmou.
Robert Enke, guarda-redes titular da selecção alemã, foi jogador do Benfica entre 1999 e 2002.