O Reino Unido anunciou hoje 131 mortes associadas à covid-19 nas últimas 24 horas, o maior número de óbitos desde março, apesar de ter diminuído, no mesmo período, o total de novos casos diários, 23.511.
Os totais de novos casos têm vindo a diminuir nos últimos sete dias consecutivos (foram registados menos mil novos casos do que na véspera), numa altura em que o Reino Unido levantou praticamente todas as restrições à pandemia numa altura em que o país acumulou mais de 5,72 milhões de infeções e quase 130 mil mortes.
Os especialistas sanitários admitiram que a diminuição de casos pode estar relacionada com o fim do campeonato da Europa de futebol, a 11 deste mês, em Londres, que atraiu multidões aos jogos.
Por outro lado, prosseguem, outra das razões passa pelo facto de o Reino Unido ter já 70% da população imunizada com as duas doses da vacina.
Paradoxalmente, o número de pessoas hospitalizadas devido à covid-19 e de mortes continua a aumentar, embora permaneçam muito menores do que durante os picos anteriores.
A 19 deste mês, o Reino Unido A Grã-Bretanha levantou a maioria das restrições à pandemia, incluindo as regras de uso obrigatório de máscaras, apesar de várias semanas de infeções crescentes causadas pela variante delta, altamente contagiosa do vírus.
No entanto, as autoridades britânicas alertaram que o impacto do fim das restrições ainda não foi sentido nos números.
“É muito, muito importante que não tiremos conclusões precipitadas [sobre a taxa de infeção]. As pessoas têm de continuar muito cautelosas e essa continua a ser a abordagem do governo", disse o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.
Por outro lado, o Governo de Londres anunciou hoje que vai flexibilizar as regras de quarentena ao novo coronavírus para milhares de trabalhadores essenciais – incluindo guardas prisionais, veterinários e os funcionários de recolha de lixo – numa tentativa para acabar com a escassez de pessoal que está a prejudicar parte da economia.
Cerca de 26 dos 67 milhões de britânicos carregaram uma aplicação de telefone dos serviços de saúde, que os informa para se isolarem por 10 dias se entrarem em contacto com alguém com teste positivo para covid-19.
Com o Reino Unido a registar nas últimas dezenas de milhares de novos casos diários, o sistema entrou num ligeiro colapso devido à ausência de funcionários em restaurantes e outras empresas, provocando ainda alguma escassez de alimentos nas prateleiras de vários supermercados.
A partir de 16 de agosto, qualquer pessoa que tenha sido totalmente vacinada no Reino Unido poderá fazer testes diários do novo coronavírus em vez de se isolar. Mas muitas empresas estão a pressionar para que a mudança aconteça mais cedo.
Na semana passada, o Governo referiu que os trabalhadores ligados à alimentação e transportes, guarda fronteiras, polícias e bombeiros poderão optar pelos testes diários.
Agora, expandiu o sistema para mais empregos, incluindo os funcionários de recolha de lixo, das penitenciárias, e da área da Defesa e Segurança, bem como veterinários.
O Governo disse que seriam montados 2.000 locais para atender à crescente demanda por testes.
Uma pessoa notificada pela aplicação foi o próprio primeiro-ministro britânico, que teve que se isolar após o secretário da Saúde, Sajid Javid, ter apresentado um resultado positivo à covid-19 no início deste mês. O período de isolamento de 10 dias de Johnson terminou à meia-noite de segunda-feira.
Johnson já admitiu que entendia a frustração das pessoas, mas pediu que se continue com o programa.
“Temos de usar as ferramentas de que dispomos. O auto-isolamento é o que temos. Exorto as pessoas a fazê-lo”, pediu Johnson.
Aqueles notificados pela aplicação não são legalmente obrigados a isolar-se, havendo relatos de pessoas que o eliminaram dos telemóveis.
A função de rastreamento de contacto da aplicação também pode ser desligada.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.169.966 mortos em todo o mundo, entre mais de 194,6 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência noticiosa France-Presse (AFP).
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.