O cavaleiro português Rodrigo Torres assumiu hoje a satisfação com o desempenho na final individual de ensino em equestre dos Jogos Olímpicos Tóquio-2020, no qual bateu o recorde pessoal, graças à superação do cavalo Fogoso.
“Foi o recorde, mais uma vez. Depois de ontem [na terça-feira], hoje outra vez. O Fogoso está a superar-se, está a mostrar que é muito mais do que podíamos imaginar. Ele ainda é novo e superar-se assim, bater recordes, no maior palco do desporto mundial é impressionante”, afirmou o cavaleiro, em declarações à Lusa, elogiando o puro sangue lusitano criado na Coudelaria Torres Vaz Freire, logo após o exercício.
Depois de ter disputado o Grand Prix Special, com Maria Caetano e João Miguel Torrão, na terça-feira, quando terminou no oitavo e último posto a final de equipas, Rodrigo Torres arrebatou uma pontuação de 78,943%, um novo recorde pessoal, e que lhe garantiu o 16.º lugar.
“Para mim também é impressionante, ter superado também o que podia imaginar é impressionante. Representa tudo para mim, monto a cavalo desde miúdo e poder mostrar ao mundo a minha equitação, a maneira como monto e como sou como cavaleiro é tudo”, admitiu o cavaleiro natural de Monforte, de 44 anos, na zona mista do Parque Equestre de Tóquio.
O bisneto de Domingos de Sousa Coutinho, que conquistou a medalha de bronze na prova de salto de obstáculos por equipas em Berlim1936, cumpriu o exercício de dressage ao ritmo de um ‘medley’ de Pink Floyd, numa seleção musical familiar.
“A banda sonora foi escolhida pela minha mulher, para aproveitar as batidas fortes do trote do cavalo e aquela dinâmica da música, mais forte e mais lenta. Aproveitámos isso e acho que foi bem conseguido”, avaliou Rodrigo Torres, sem assumir grande predileção pela banda britânica, dizendo apenas que foi marcante para a sua geração.
Depois de três dias de provas de ensino, dois de qualificação e a final coletiva, o recinto olímpico hoje acolheu alguns espetadores, não mais do que uma centena, para apoiarem os cavaleiros, algo que satisfez o português.
“Hoje a minha claque estava mais forte e isso ajuda sempre”, rematou.
Rodrigo Torres igualou o resultado de Gonçalo Conchinhas Carvalho, que, em Londres2012, tinha sido o último português a disputar a prova olímpica de ensino e a chegar à final.
A melhor classificação nacional nesta disciplina é o nono lugar alcançado por Fernando Paes, também na capital britânica, em Londres1948, quando conquistou a medalha de bronze por equipas, com Francisco Valadas Jr. e Luís Mena.