As ligas profissionais de futebol lamentaram hoje a extensão pela FIFA das janelas internacionais de setembro e outubro na América do Sul, dedicadas às eliminatórias para o Mundial-2022, por considerarem incompatíveis com o calendário dos clubes.
A pandemia de covid-19 e as restrições sanitárias, como a imposição de um período de quarentena, causaram, em março, o adiamento de dois dias da qualificação na América do Sul para o Mundial do Qatar de 2022, recentemente remarcada pela FIFA para decorrer durante a janela para os jogos internacionais de setembro e outubro.
Esses períodos dedicados às seleções serão, assim, ampliados em dois dias, com três partidas no programa em vez de duas, o que não agrada às ligas profissionais, que temem longas ausências dos seus principais jogadores sul-americanos.
“Estas decisões são prejudiciais para as ligas, clubes, jogadores e adeptos”, refere em comunicado o Fórum Mundial de Ligas (WLF), do qual faz parte a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
De acordo com este organismo, “se os jogadores sul-americanos ingressarem na seleção em setembro e outubro, perderão partidas pelos seus clubes, seja por quarentena ou por mudança no calendário internacional”.
"Como resultado, as ligas profissionais apoiarão os clubes que se recusem a liberar os seus jogadores e os jogadores que se recusam a ir para a seleção nacional”, adianta o Fórum Mundial de Ligas.
Em 06 de agosto, a FIFA justificou-se ao indicar que esta modificação do calendário era “excecional”, afirmando que “o acréscimo de dois dias permitirá garantir períodos suficientes de recuperação e preparação” e “garantir uma competição justa e o mais rápido retorno dos jogadores em questão aos seus clubes”.