André Villas-Boas disse hoje que “gostava muito” de assumir uma seleção, depois de ter negado treinar dois clubes estrangeiros, sem esconder o desejo de marcar presença no Mundial 2022.
“Gostava muito de dar um passo para as seleções. Obviamente que, enquanto profissional, tenho de me manter aberto a tudo. Os campeonatos dos clubes acabam de começar e nesse aspeto o mercado não está agitado, infelizmente vivemos da desgraça dos outros, mas estou mais orientado para as seleções, gostava muito de treinar uma seleção, de dar um passo nesse sentido”, admitiu.
O treinador falava hoje aos jornalistas no concelho de Tondela, à margem da apresentação do Caramulo Motorfestival, que decorre entre 03 e 05 de setembro, e onde o também piloto vai marcar presença.
“Como sabem, já me expressei muitas vezes sobre isso, prevejo uma carreira curta, de 15 anos, enquanto treinador. Gostava muito de fazer o Mundial, se calhar o Mundial do Qatar. O mercado das seleções é muito mais fechado, mudam menos vezes”, acrescentou.
Neste sentido, o técnico, de 43 anos, admitiu que apesar de “algumas alterações no pós-europeu”, “a presença de um estrangeiro numa outra seleção, nem sempre é o mais apelativo”.
“Como a seleção portuguesa está bem entregue há que esperar, que aguentar e ver o que se passa nesse mercado que é mais fechado”, disse, apesar de ter reconhecido que houve “conversas informais com a Rússia, que acabou por optar por um selecionador russo”.
“Propostas concretas [de seleções] não [tive]. De clubes apenas, dois dos quais recusei, estrangeiros, porque tenho a preferência para esperar por uma seleção”, admitiu o técnico que teve a sua última experiência nos franceses do Marselha.
André Villas-Boas elogiou ainda a subida de posição de Portugal, para o quinto lugar no ‘ranking’ da UEFA de clubes, e desejou que “seja um lugar para manter”, porque “toda a gente sabe da importância do mesmo”.
“No que toca aos clubes portugueses é um passo importante de afirmação, principalmente numa altura em que os clubes precisam de maior apoio económico e financeiro possível e acho que é importante”, defendeu.
Enquanto não tem oportunidade de continuar a carreira no futebol, nomeadamente à frente de uma seleção, o que disse aguardar “tranquilamente”, dedica-se à associação “Race for Good” que acabou de lançar.
“Tem-me dado bastante trabalho, cada vez chama mais público com vontade de a conhecer e então ando entretido com isso e com a criação de novas parcerias no sentido de ajudar mais as instituições que defendo”, disse.
Aliás, a associação é uma das razões pela qual marca presença no Caramulo Motorfestival, onde também tem participação no desporto automóvel, mas onde terá um espaço dedicado á associação para venda de material e angariação de fundos.
Villas-Boas orientou nas últimas duas temporadas os franceses do Marselha, depois de ter comandado os chineses do Shangai SIPG, os russos do Zenit São Petersburgo, os ingleses do Tottenham e do Chelsea e FC Porto e Académica.
No início da carreira, chegou a comandar a seleção das Ilhas Virgens Britânicas.