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Um golo de Leandro Grimi quando já estavam esgotados 90 minutos, garantiu hoje a qualificação ao Sporting para os 16 avos-de-final a Liga Europa de futebol, mas não disfarçou uma exibição descolorida no empate com o Heerenveen (1-1).
Os 'leões' alcançaram o seu objectivo, vencendo o Grupo D e assegurando a qualificação, mas a exibição fez lembrar as que marcaram o fim de ciclo de Paulo Bento em Alvalade e só mesmo o golo tardio do argentino (90+1) evitou a primeira derrota da era Carlos Carvalhal.
Na véspera do jogo, Carvalhal bem repisou a necessidade de emergirem onze leões em campo, mas a abordagem ao jogo da equipa foi idêntica à dos tempos recentes de Paulo Bento, sem a atitude e a agressividade competitiva que se exigem em qualquer jogo.
Em consequência, o Sporting foi uma equipa sem soluções para furar o bloqueio de uma equipa holandesa colectivamente muitos furos acima do conjunto 'leonino', que foi capaz de jogar em bloco subido, com as linhas muito próximas, com princípios de jogo claramente definidos, e eficaz a defender graças ao 'pressing' que os seus jogadores promovem sobre o transportador da bola.
Faltou ao Heerenveen maior eficácia no último terço do campo para causar danos à defesa do Sporting durante a primeira parte, mas o conjutno lisboeta nunca conseguiu livrar-se da 'teia' em que o seu meio-campo foi enredado até ao intervalo.
Os médios 'leoninos' nunca conseguiram inventar espaços no meio do bloco holandês, assente num 4x5x1 sem bola que se desdobrava num 4x3x3 quando a equipa recuperava a sua posse .
Tanto se falou no esgotamento do losango de Paulo Bento, mas o Sporting de Carvalhal apresentou outra figura geométrica, com dois 'pivots' defensivos (Adrien e Moutinho) e dois falsos médios-ala (Matías e Miguel Veloso), que não assegurou profundidade e acutilância aos movimentos ofensivos da equipa.
Não se percebeu qual a posição de Matias Fernandez, que começou descaído sobre o lado direito e depois se transformou num médio vagabundo, perdido em campo, enquanto Veloso, mais fixo, descaía para dentro em vez de o fazer para a ala, abrindo um fosso entre o meio-campo e os dois homens da linha da frente, Postiga, como falso ponta-de-lança, e Liedson.
De resto, o Sporting afunilou o jogo durante toda a primeira parte, numa espécie de 'tricot' que não dava profundidade atacante, agravada por dois laterais muito presos, Pedro Silva e Caneira.
No caso do brasileiro, a debater-se com evidentes problemas para segurar o extremo Assaidi, que acabaria por marcar logo no início da segunda parte (47), ganhando mais uma vez um lance de um contra um face ao lateral direito 'leonino'.
'' semelhança do que sucedia sob a orientação de Paulo Bento, o Sporting surgiu com outra atitude para a segunda parte, o que obrigou a equipa a correr sempre atrás da desvantagem no marcador, mas houve duas alterações introduzidas por Carvalhal que justificam em boa parte essa melhoria.
As entradas de Izmailov - não jogava desde Maio - e Grimi conferiram finalmente largueza e profundidade ao jogo ofensivo do Sporting, contagiando a equipa que revelou outra agressividade e entrega ao jogo na segunda parte.
Ao fixar o russo na direita, Carvalhal passou a ter um médio-ala efectivo, e ao soltar Grimi para as acções ofensivas, abrindo toda a frente atacante, o Sporting passou a criar problemas sérios à defesa holandesa, cujas debilidades começaram a vir ao de cima.
O Heerenveen perdeu coesão, o seu bloco desfez-se, e o Sporting carregou durante toda a segunda parte, criando duas oportunidades flagrantes para Liedson, que, não fosse a falta de confiança que atravessa, teria finalizado com êxito.
O empate surgiu nos primeiros segundos da compensação dada pelo árbitro, numa das muitas incursões de Grimi até à área holandesa, onde o esquerdino respondeu de pé direito a uma boa assistência de Liedson, para marcar o golo que acabou premiar a reacção do Sporting na segunda parte e o encolhimento da equipa holandesa.
