Rafael Reis integra a seleção portuguesa que a partir de quarta-feira disputa os Europeus de ciclismo de estrada, em Trento, Itália, não escondendo o “orgulho” de fazer parte de uma equipa “muito forte”.
“Vir à seleção é sempre um orgulho, já venho há muitos anos. Desde a primeira vez que é sempre um sentimento especial. É sempre bom poder estar entre os selecionados, ainda para mais para um Europeu, e com a seleção que vamos ter. Podemos conseguir alcançar algum resultado com um dos nossos”, descreve, em entrevista à agência Lusa.
Para o corredor, “é realmente gratificante” estar entre este sexteto, uma formação “muito forte”, na qual quer “poder ajudar e ser válido para a equipa”.
O ciclista da Efapel é o único representante do pelotão nacional em prova, ao lado de cinco homens do WorldTour: João Almeida (Deceuninck-QuickStep), Rui Costa e Rui Oliveira, da UAE Emirates), Nelson Oliveira (Movistar) e Ruben Guerreiro (EF Education-Nippo).
Os seis ciclistas vão competir, no domingo, último dia dos Europeus, na prova de fundo, num percurso de 179,2 quilómetros de distância, com Almeida e Reis a disputarem o ‘crono’ individual, de 22,4 quilómetros, na quinta-feira.
Sobre o percurso do contrarrelógio, ainda falta o reconhecimento, mas, no papel, Reis diz que “é plano” e que a distância se adequa às suas características. “Vamos dar o nosso melhor. Se estiver no nível em que estive na Volta ao Algarve e na Volta, seguramente vai ser bom”, atira.
Na prova de fundo, o coletivo apresenta várias possibilidades diferentes, a começar por João Almeida, um ciclista “que está bem em qualquer corrida”, com ‘Rafa’ a destacar ainda o amigo Ruben Guerreiro e o campeão do mundo em 2013 Rui Costa.
“Acho que [também] temos uma seleção muito boa para trabalhar para eles, tanto o Nelson Oliveira como eu e o próprio Rui Oliveira, que fez uma boa Vuelta. [...] Temos algumas cartas para jogar e esperamos conseguir aqui alguma coisa”, avalia.
Garantia, de resto, é que “equipa não falta” a Portugal, que cerca de uma semana depois corre os Mundiais, sem que esteja, para já, definida a lista completa de convocados para essa prova, na Bélgica, mesmo que isso dê “uma motivação” a Rafael Reis, que nunca esteve em Mundiais de elite.
O ciclista de 29 anos assinou este ano contrato com a Efapel e tem dado nas vistas: foi segundo no contrarrelógio da Volta ao Algarve, segundo no ‘crono’ dos Nacionais, e acabou a Volta ao Alentejo em terceiro lugar.
Na Volta, teve uma corrida de sonho, tendo somado quatro vitórias em etapas, uma delas o contrarrelógio final e outra o prólogo inicial, acabado no 21.º posto final e vestido a amarela em vários dias.
Para o corredor de Palmela, este é um regresso aos Europeus, nos quais tem melhores resultados a correr contra o relógio: em 2020, foi 20.º e em 2017 tinha sido 24.º, na especialidade. Abandonou a prova de fundo há quatro anos, e no ano passado foi 87.º.
Reis apresenta um currículo vasto pelas seleções jovens, com o bronze na corrida de fundo dos Europeus de juniores de 2010, entre outros resultados honrosos.
No global, o Campeonato da Europa é “um ponto alto” num ano “muito positivo”, depois da “oportunidade e confiança da Efapel” e de ter dado “o máximo” a preparar-se o ano todo. “É uma chave de ouro [para a temporada]”, admite.
O Europeu arranca, em Trento, com dois dias de contrarrelógios, na quarta e quinta-feira, seguindo-se as provas de fundo dos escalões jovens, nos dias 10 e 11, encerrando com a corrida masculina de fundo elite, no dia 12.