O presidente da Liga espanhola de futebol, Javier Tebas, disse hoje não acreditar no Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) e que este não é independente, defendendo uma mudança da justiça desportiva.
“Uma das minhas maiores preocupações em relação à integridade [no futebol] tem a ver com o mundo do TAS. Eu não acredito no TAS. Penso que a justiça desportiva tem que mudar, já o disse no comité executivo da UEFA. A UEFA condenou o PSG e o Manchester City por violarem o fair-play financeiro, os casos chegam ao TAS e absolvem-nos, quando era muito claro [que eram culpados]”, apontou o dirigente.
O dirigente desportivo falava no âmbito da semana da integridade no desporto, iniciativa organizada pela SIGA (Sport Integrity Global Alliance), liderada pelo português Emanuel Medeiros, que reúne especialistas para discutirem diversos temas relacionados com a integridade no desporto, em formato digital.
Para Emanuel Medeiros, “não é apenas uma questão de apreciação das provas e argumentos, mas também com a constituição do TAS e a nomeação dos seus juízes”.
“Há que analisar bem essas questões, para salvaguardar a independência e a imparcialidade, questões-chave da criação de qualquer tribunal arbitral”, apontou Medeiros.
Javier Tebas frisou que os tribunais desportivos são “um tema crucial” para o futebol, como “é a Justiça, e a sua independência, nos estados de direito”.
“E, obviamente, o TAS não é independente porque 80 por cento do seu orçamento depende da FIFA e da UEFA”, porque são os que levantam mais processos”, defendendo ainda que “também não é independente a designação dos juízes”.